O advogado Alexandre Thomaz, o jornalista Eduardo Pandeló (Meon), e a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco

Pedro Ivo Prates/Meon

Promover a educação midiática, despertar o senso crítico e responsabilizar pelos danos as pessoas que propagam notícias falsas nas redes sociais são alguns dos caminhos para conter a onda de notícias falsas que ameaça a democracia e a imagem de pessoas e empresas.

Esses três pontos foram abordados por Patrícia Blanco, presidente executiva do Instituto Palavra Aberta,e pelo advogado Alexandre Thomaz, na primeira edição do Ideia&Debates, promovido pelo Grupo Meon de Comunicação e Rádio Jovem Pan, na última sexta-feira (10).

O evento reuniu especialistas que debateram o fenômeno das fake news e alternativas para conter sua disseminação nas redes sociais. Ao longo desta semana, em razão da relevância e qualidade do debate, o Portal Meon traz uma série de reportagens sobre os temas apresentados.

A primeira matéria, publicada na segunda-feira (14), mostrou como os profissionais da comunicação e gestores públicos avaliam este fenômeno.

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Gráfico cedido pelo Instituto Palavra Aberta

Em sua apresentação, Patrícia Blanco lembrou que o combate às notícias falsas passa pela educação digital (ou midiática) da população e pelo desenvolvimento do senso crítico, para que as pessoas passem a analisar o conteúdo que recebem e chequem as fontes antes de compartilhá-lo.

“Precisamos ser mais céticos, não acreditar em tudo e, principalmente, não acreditar na veracidade de uma informação sem uma base jornalística, sem um profissional de jornalismo atuando na checagem dessa informação”, disse.

Patrícia ressaltou ainda que todos devem evitar o compartilhamento de informações que não têm veracidade comprovada. “Brecar a disseminação de conteúdo fraudulento é dever de todos nós, não podemos ser coniventes com esse ambiente de desinformação”, concluiu a especialista.

O advogado Alexandre Thomaz

Pedro Ivo Prates/Meon

O advogado Alexandre Thomaz reforçou a importância da responsabilização no combate às notícias falsas propagadas nas redes sociais.

Durante o evento, Thomaz apresentou um caso que foi acompanhado por seu escritório de advocacia, em que um empresário ganhou um processo contra um rapaz que havia publicado notícias falsas na internet e promovido a propagação da mesma.

"As pessosas precisam entender que a internet deve ser um ambiente de responsabilidade. É interessante desconfiar e confirmar a informação antes de compartilhá-la", disse o advogado.

Ele também ressaltou a importância do debate promovido pelo Meon em parceria com a Rádio Jovem Pan.

"Precisamos de eventos com essa magnitude e relevância com mais frequência. O debate foi muito bom, ressaltou a responsabilidade de todos nas redes sociais e estimulou o público a pensar mais sobre o assunto", afirmou.

Repercussão
O público presente também considerou alto o nível do debate. Na plateia, estavam presentes os prefeitos Feliciano Ramuth (PSDB), de São José dos Campos; Marcio Batista Tenório (PMDB), de Ilhabela, e Felipe Augusto (PSDB) de São Sebastião, além de gestores públicos, profissionais de várias áreas e universitários.

Para Anderson Alessandro Monteiro, da A. Monteiro Advogados, de São José dos Campos, todas as palestras foram interessantes e subsidiaram os presentes com informações importantes e atuais.

"Discutir fake news não é algo tão simples, não trata apenas de informação falsa, como muita gente imagina. Muitas fake news são fabricadas para prejudicar alguém. E neste evento vimos que é importante a questão da responsabilização, não apenas das pessoas que produzem, mas também das que compartilham o conteúdo que é falso", ressaltou o advogado.

Ele também salientou a necessidade da educação midiática proposta por Patrícia Blanco. "A educação deve ser a base de tudo. Temos que resgatar na criança e no adolescente a responsabilidade por seus atos, inclusive na internet, nas redes sociais", concluiu.