EDIÇÃO 09

Claudio Mendel é um notável ator, diretor e produtor cultural que ganhou reconhecimento e vários prêmios ao longo de sua carreira. Ele se destaca não apenas por seu talento individual, mas também por seu compromisso em desenvolver novos talentos e criar espetáculos excelentes que encantam o público. Mendel é o fundador e líder da Cia de Teatro da Cidade, um grupo respeitado que produziu uma variedade de peças aclamadas pela crítica. Além disso, ele está à frente da escola de formação no CAC Walmor Chagas, onde orienta a próxima geração de atores e atrizes promissores, reforçando ainda mais seu impacto e influência na cena cultural.

Entrevista com Claudio Mendel

1- Como você iniciou sua carreira no teatro? Foi algo que sempre quis fazer?

Na verdade, iniciei minha carreira profissional em 1977, em São Paulo, trabalhando como ator no espetáculo “Auto de Natal Corinthiense” escrito e dirigido por Jurandyr Pereira, cumprindo temporada no Teatro Aplicado, em São Paulo. Me lembro que desde criança já gostava de teatro lá em São José do Rio Preto, mas só aos 16 anos comecei a ter contato com grupos amadores da minha cidade.

2- Qual é a sua maior fonte de inspiração para atuar e dirigir?

Sempre me inspiro nas coisas da natureza para criar. Os animais são grandes fontes de inspiração para quem trabalha em teatro, mas existem profissionais nos quais me inspiro também, como Antunes Filho, Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri, dentre tantos outros.

3- Como você vê a importância do teatro na sociedade hoje em dia?

O Teatro é fundamental para a formação do ser humano. É onde ele pode se ver e a partir da experiência com o teatro, transformar a sua vida.

4- Quais são os principais desafios enfrentados por diretores, atores e produtores culturais no Brasil?

Creio que a falta de leitura dos grandes mestres do teatro, continua sendo o maior desafio para nós, diretores e artistas do palco.

5- Você pode falar um pouco sobre a fundação do CAC Walmor Chagas e como isso tem impactado o cenário teatral em São Paulo?

O CAC Walmor Chagas surgiu da necessidade da Cia Teatro da Cidade ter um local onde pudesse desenvolver seus conhecimentos, ensaios e troca de saberes. Em 2000 estávamos ensaiando Maria Peregrina e não tínhamos um local para ensaios e estudos necessários para a montagem. A partir da criação do CAC passamos também a desenvolver cursos e trocas de conhecimentos. Atualmente, somos uma referência no Estado de São Paulo e no Brasil, principalmente pelo caráter formativo de todos os nossos alunos.

6- Quais são os principais projetos que você está trabalhando atualmente?

Atualmente, estamos circulando com a Trilogia Abreu, que é composto pelos espetáculos “Maria Peregrina”, “Um dia Ouvi a Lua” e “O Coração Nas Sombras”. Os três textos escritos pelo dramaturgo Luís Alberto de Abreu, especialmente para a Cia Teatro da Cidade, em comemoração aos 10, 20 e 30 anos da companhia, respectivamente.

7- Como você seleciona os projetos em que irá trabalhar e como é o processo de escolha dos atores?

Todos os nossos trabalhos levam em conta o aprendizado, com a escolha de temas e/ou dramaturgias que tenham a ver com essa nossa necessidade de sempre aprender. Por consequência a definição dos elencos segue a mesma linha de raciocínio, ou seja, cada ator/atriz tem algo a nos ensinar, sempre.

8- Quais são as principais características que você acredita serem essenciais para um bom diretor ou produtor cultural?

Acredito que os bons diretores são sempre aqueles que dividem seus conhecimentos com os elencos que dirigem. Da mesma forma, o bom produtor cultural é aquele que consegue, além de produzir seus trabalhos, deixar algo para os artistas que trabalham com ele.

9- Como você enxerga a relação entre o teatro e outras formas de arte, como cinema e televisão?

O Teatro reúne todas as outras áreas artísticas. Dessa forma, é uma arte completa que exige dos profissionais que se dedicam a ele, conhecimentos amplos de todas as áreas artísticas.

10- Você já teve algum projeto que tenha sido particularmente desafiador? Como você lidou com isso?

O projeto de montagem de “Maria Peregrina”, que norteou a transformação da companhia e a colocou como referência no Teatro Nacional, foi o mais desafiador, por uma série de circunstâncias. Primeiro porque foi a primeira vez que tivemos o privilégio de ter um dramaturgo do quilate de Luís Alberto de Abreu, isso, por si só, já era um desafio e tanto. Segundo porque era a primeira vez que trabalhávamos com um assunto da cidade, um fato verídico. E em terceiro lugar porque eram linguagens que nunca tínhamos trabalhado: a Narrativa e o Teatro Nô. E o resultado foi maravilhoso, ficamos 11 anos em cartaz com o espetáculo e recebemos mais de 40 prêmios em Mostras e Festivais de Teatro.

11- Qual foi o papel mais desafiador que você já interpretou e por quê?

Não fiz muitos trabalhos no Teatro como ator, sempre me considerei um homem de teatro mais ligado a direção, iluminação, cenotecnia... mas acredito que meu último trabalho no teatro, O Dia da Caça de José Louzeiro, foi o mais instigante. Foi em 1985. De lá para cá, tive algumas participações em cinema, mas nada que me exigisse muito.

12- Como você vê o futuro do teatro após a pandemia? Quais são as principais mudanças que acha que serão necessárias?

Foi muito difícil para o teatro sobreviver ao período da pandemia. O teatro só acontece se tiver plateia, mesmo que seja um único espectador. O teatro é uma arte presencial e efêmera, não é possível fazer teatro se não houver essa troca. Pode-se adaptar a realização teatral, mas ela não será completa se não tiver o espectador.

13- Qual é a importância da formação de novos talentos no teatro e como você contribui para isso?

Acredito que a formação para novos atores e atrizes são fundamentais para o teatro contemporâneo. Atualmente nós temos no Centro de Artes Cênicas (CAC) Walmor Chagas, um curso profissionalizante para atores e atrizes e creio que essa é uma forma de contribuir para a descoberta de novos talentos. Além disso, sempre convidamos novos atores para a composição dos elencos em nossas produções.

14- Você tem alguma dica ou conselho para pessoas que estão começando a carreira no teatro?

Para se fazer Teatro é necessário e fundamental o conhecimento. Então, para ser uma pessoa de Teatro é necessário ler muito, assistir espetáculos teatrais, ir muito ao cinema ou assistir filmes pela TV e sempre estar disposto a enfrentar todos os desafios que essa profissão exige.

15- Quais são seus planos futuros para sua carreira no teatro? Há algum projeto que você gostaria de realizar, mas ainda não teve a oportunidade?

Sou um homem de teatro. Não vejo futuro na minha vida profissional que não seja fazendo e estudando teatro. O único projeto que posso considerar não realizado ainda, é o de viajar para a Grécia e conhecer a origem dessa minha arte. Mas acredito que ainda realizarei esse projeto, em breve.

Mercado Místico – Márcio Alvarez

Pelo segundo ano consecutivo, São José dos Campos terá o prazer de receber o evento "Mercado Místico", organizado por Márcio Alvarez, um especialista em desenvolvimento de projetos inovadores desde a adolescência. Este ano, o evento contará com diversos expositores e palestras, tudo dentro do mundo místico.

Não perca esta oportunidade única! Agende-se para os dias 20 e 21 de maio no estacionamento do Shopping Jardim Oriente. Este será um fim de semana repleto de atividades enriquecedoras e experiências enigmáticas.

Além disso, para aqueles que amam pastéis, haverá uma área gastronômica com dezenas de sabores diferenciados, incluindo salmão com cream cheese, bobó de camarão, costela com alho-poró e muitos outros. Até mesmo o “pastel de metro” estará presente para deliciar o paladar dos visitantes. Equipe

ART SHINE PROMOÇÕES espera que esta seja uma oportunidade única para os participantes conhecerem mais sobre o mundo místico e se divertirem ao mesmo tempo. Não deixe de conferir!