EDIÇÃO 07

Reginaldo Fonseca é uma das personalidades importantes e influentes do mundo da moda no Brasil. Como diretor da Cia Paulista de Moda. Fonseca é também um escritor talentoso, um palestrante inspirador e um consultor de moda muito requisitado, sempre disposto a compartilhar sua experiência e seu conhecimento com os interessados. Nesta matéria exclusiva, vamos conhecer um pouco mais sobre a trajetória e os projetos de Reginaldo Fonseca, e descobrir por que ele é considerado um dos grandes nomes da moda brasileira.

CONVIDADO: REGINALDO FONSECA
 

1. Como você começou sua carreira como consultor de moda e palestrante?

Há mais de 30 anos, comecei trabalhando em São Paulo depois de ir a uma palestra sobre moda a convite de um amigo. Ali eu me identifiquei, apesar da moda que conhecemos hoje não existir naquele momento. Fiquei fascinado e, a partir disso, comecei a trabalhar como produtor de moda e figurinista; depois, como produtor de desfiles. Mais tarde, já em São José dos Campos, os shoppings entraram nos trabalhos da Cia Paulista de Moda, empresa do qual sou diretor. Isso abriu um leque grande de possibilidades e foi então que comecei a ser convidado para palestrar. As coisas foram caminhando e eu nunca paro de pesquisar para poder levar informação às pessoas, tanto para elas aprenderem a se vestir, como para saberem como e o que comprar.

2. Qual é a sua visão sobre a indústria da moda atualmente?

Nos últimos anos, o mercado mudou completamente, de uma forma absurda. Os grandes grupos da moda mundial estão comprando as principais marcas, o que faz com que elas passem a ter uma força infinitamente maior. Com o dinheiro desses grupos, as marcas conseguem se estruturar grandemente, fazendo negócios bilionários. Já para as marcas que não pertencem a esses grupos, é um trabalho árduo, porque atualmente vivemos em dois mundos: o físico e o digital. As marcas precisam estar conectadas a esses dois universos, o que não é fácil. Todavia, sabemos que todo mundo precisa e gosta de roupa. Portanto, acredito que a indústria da moda nunca acabará.

3. Como você vê a moda no contexto da sustentabilidade?

Quando falamos de moda automaticamente estamos falando de poluição. Com a chegada do fast fashion, a indústria passou a produzir muito mais. Consequentemente, as pessoas começaram a consumir muito mais também. Agora, são dois movimentos acontecendo simultaneamente: o movimento do consumo consciente (ao qual o mercado da moda já se aliou) e a questão da sustentabilidade. Tenho participado de vários projetos voltados ao processo sustentável, o que não é fácil, pois falta bastante ainda para a indústria da moda se adequar. Mas, hoje, o cliente chega na loja muito mais antenado, sabendo o que quer. Então, é possível que ele questione em relação ao produto: onde e por quem foi feito e qual a matéria-prima nele utilizada. Existem muitas marcas importantes no planeta que já estão aderindo fortemente a esse movimento, e não tem outro caminho. O mundo em si caminha para ser mais sustentável e a moda, por trabalhar com comportamento, obviamente deve ir nesse sentido também.

4. Quais são os maiores desafios enfrentados pelos profissionais de moda no Brasil?

No Brasil ou no exterior, os profissionais de moda precisam estar super conectados ao universo, entendendo muito de comportamento! As revistas, que eram as maiores lançadoras de moda no mundo todo, perderam para os influenciadores, ou seja, para o mundo digital. A conexão hoje é feita digitalmente. Então, os profissionais precisam estar antenados a essa questão. Vejo que não é fácil para quem quer começar uma carreira na moda agora. Mas a moda tem um facilitador: ela traz infinitas possibilidades. Como assim? O profissional pode ser um consultor, um pesquisador, um designer, um booker, um influenciador digital voltado à moda... Enfim, existe um leque de opções. Basta estar conectado e saber exatamente o que acontece no mundo e na vida das pessoas, qual é o novo comportamento e o que a indústria está preparando para atingir o maior número de consumidores para vender seus produtos.

5. Você acredita que a moda tem um papel importante na promoção da diversidade e inclusão?

Com certeza, tem um papel fundamental! Essas são bandeiras que sempre introduzi nos meus trabalhos, de forma sutil, levando informação sem agredir e sem ser autoritário. Todo mundo precisa de roupa! Não importa a condição social ou se existe alguma deficiência física. A indústria da moda pensa em tudo e em todos. Portanto, é de grande importância essa filosofia de pensar em todos os corpos, os bolsos, os níveis culturais e em todas as faixas etárias.

6. Qual é a sua opinião sobre a relação entre moda e identidade pessoal?

Por onde passo, sempre ressalto que a coisa mais importante na moda não é conhecer as propostas e as tendências da estação, mas, sim, descobrir o seu estilo pessoal. Levo esse tema às minhas palestras, aos encontros e workshops, para ensinar as pessoas a se olharem internamente. Dessa forma, elas vão se conhecer, saber quem são, compreender a sua personalidade. Para mim, o efeito é de dentro para fora. Descobrir o estilo pessoal significa simplificar (e muito!) o processo na hora de comprar e de se vestir. E o mais importante: a pessoa será vista exatamente da forma que planejou.

7. Quais são as tendências da moda que você acredita que estarão em alta nos próximos anos?

O mundo muda numa velocidade tão grande, que hoje acho difícil falar de moda para os próximos tempos. Antes, a gente fazia uma pesquisa e sabia qual seria a moda do próximo verão/inverno ou até para daqui a dois anos. Com a mudança de comportamento da sociedade, a indústria acompanha tudo e precisa estar muito atenta às nossas mudanças internas e externas, para poder trazer produtos que nos agradem. Quando falamos de moda no Brasil, as pessoas acham que moda é somente roupa, o que é um grande erro. A moda está ligada a tudo o que nós desejamos, compramos e trazemos para as nossas casas. O que posso dizer é que o mundo caminha para ser cada vez mais compartilhado, ou seja, as pessoas vão consumir menos, comprar o que realmente precisam, e não o que querem. Quando trazemos essa realidade, talvez seja um pouco assustador para a indústria, mas todo mundo, de alguma forma, tenta se adaptar aos novos momentos e comportamentos. Essa é a relação com o chamado lifestyle.

8. Como é ser um escritor de moda?

Sempre gostei de escrever. É uma forma que encontrei de preencher os momentos em que aguardo no aeroporto, dentro de um avião ou na estrada. E sou aquela pessoa que nunca para de pesquisar, de buscar entender o que as pessoas querem, precisam e podem comprar. Estou sempre conectado à indústria, ao que ela está produzindo, à preocupação que ela tem com o meio ambiente ou com a venda desenfreada. Então, acabo juntando tudo isso, através desses anos de experiência trabalhando no setor. Não é tão simples vender livro no Brasil, porque o brasileiro não tem o hábito da leitura, mas tento sempre levar uma informação clara, para que as pessoas se entendam, se conheçam, se percebam... Dentro disso, desejo que elas consigam comprar o que realmente estejam precisando. A moda é uma forma de expressão permanente e as pessoas precisam ter contato com tudo o que acontece. É aí que entra o meu processo como escritor, de informar de forma muito objetiva, para que todos compreendam a mensagem que quero passar.

9. Quais são os projetos em que você está trabalhando atualmente?

Eu e minha equipe sempre estamos envolvidos em projetos inovadores. Hoje, o mundo tem situações complicadas que afetam a moda: o planeta está cada vez mais quente, a crise assusta e as pessoas estão se entendendo como seres humanos, tendo uma percepção do consumo consciente. Isso reflete nas ações, nos eventos e nas palestras que produzimos. A prioridade é levar informação de moda da forma mais clara possível, para que todos se conectem a esse universo.

10. Qual conselho você daria para quem está começando uma carreira na moda?

O mercado da moda é mágico e, ao mesmo tempo, super fechado e restrito, que nem todo mundo consegue entrar. Se você quer fazer parte dele, aprenda a dar o melhor de si. Amplie o seu campo de visão, comece a ver o mundo em 360 graus agora mesmo! Nunca pare de pesquisar. Tenha o entendimento daquilo que o consumidor final precisa e do que a indústria está preparando. Tenha em mente de que esse é um trabalho constante, cujo mercado nunca para de pensar, de criar, de lançar e de conectar, para fazer com que as pessoas cada vez mais se sintam atraídas pelos produtos que são lançados a cada dia.

Jhony Mariani, com uma afinidade natural para as câmeras desde a infância, o modelo natural de Brusque/SC, sob o signo de Áries, encontrou sua paixão profissional.

De trabalhos simples a complexos, ele conquistou uma carreira glamourosa como modelo e já foi garoto propaganda da Ecum Ontorio Education no Canadá e capa de revista em Dubai.

Ele também participou do concurso Mister Santa Catarina, onde foi reconhecido por sua postura e elegância, ficando entre os top 5 na categoria Mister Elegância.

Determinado a ter sucesso nessa indústria, o modelo tem como objetivo ser reconhecido por sua versatilidade e habilidade de se adaptar a diferentes estilos e cenários. Com o apoio de sua família, ele mantém uma atitude positiva e dedicação em tudo o que faz, acreditando que é a base para alcançar seus objetivos.

Sucesso!!!