Mais uma vez entrando na disputa pela Prefeitura de São José dos Campos, o advogado Toninho Ferreira (PSTU) acredita na transformação da sociedade para o socialismo e propõe um governo realmente voltado para a classe trabalhadora, com uma administração que não se curva aos interesses econômicos, "fazendo política e não politicagem".
Pré-candidato pelo PSTU, Antonio Ferreira, o Toninho, 58 anos, é casado e pai de três filhas. Trabalhou na GM e Embraer. Foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos por dois mandatos. Dirigiu grandes mobilizações de trabalhadores e do movimento popular. É advogado e dirigente das famílias do Pinheirinho. Esteve ao lado dos moradores na luta contra a desocupação. Em 2012, foi o quinto candidato a vereador mais votado e, em 2014, como candidato a deputado federal, obteve 23 mil votos, tornando-se 1° suplente de deputado federal.
Por que você é novamente pré-candidato pelo PSTU à Prefeitura de São José dos Campos?
Porque eu acho que precisamos qualificar o debate a prefeito. A cidade precisa disso e todas as alternativas colocadas aí são muito ruins, não acho que satisfazem a população. Acho que o Carlinhos está muito mal pelo que mostrou em sua gestão. Além do mais, a campanha desse ano será nacionalizada, não será só da cidade. Vai ser assim voltada aos problemas envolvendo os partidos políticos tradicionais. O PSDB apresenta um pré-candidato desconhecido e que também não resolve, já que a diferença entre o PT e o PSDB é quase nenhuma enquanto projeto, programa ou proposta política. É tudo igual. Os outros pré-candidatos que se apresentaram por aí não trazem nada de novo. Nós queremos apresentar uma coisa nova, embora já tenha sido candidato, vamos apresentar uma ideia nova, uma forma nova de governar. PT e PSDB governaram São José fazendo acordos com a Câmara, fazendo troca de favores, oferecendo cargos comissionados. Nós queremos mudar essa forma de fazer política, achamos que o que está mal não é a política, mas a politicagem.
O PSTU é muito ligado ao Sindicato dos Metalúrgicos que é apontado como responsável por afastar a instalação de novas empresas na cidade. O que acha disso?
Essa conversa é feita com muita maldade, pois tudo de ruim que acontece, o presidente do Ciesp de São José, Almir Fernandes diz que a culpa é do sindicato, isso é uma bobagem. O mesmo faz o Felipe Cury, presidente da ACI. É bobagem. Se o problema estivesse localizado aqui em São José dos Campos, diminuiu a economia só aqui. Se o desemprego fosse só aqui eu daria a mão à palmatória, mas não é isso. Temos demissões por todo o lado, em todas as montadoras e em todas as cidades, então o problema não é daqui. Vivemos uma crise econômica muito forte, com recessão muito forte. Não adianta vir qualquer pré-candidato e dizer que vai atrair empresas, porque é mentira. Se não resolver o problema da economia como um todo, não há solução.
Você falou em uma ideia nova. Como seria um governo do PSTU na Prefeitura de São José dos Campos?
A prefeitura tem que existir para ajudar aqueles que mais precisam: a população mais pobre e a população trabalhadora. É o que nós queremos fazer. Por exemplo, o transporte coletivo em nossa cidade, precisamos resolver isso. A meu modo de ver, precisamos estatizar o transporte. Tem que ser estatal, porque o transporte público não pode servir para dar lucro. Isso não é novidade! Em outras cidades do chamado primeiro mundo é assim, não existe transporte privado. Só aqui onde há um capitalismo selvagem, ao invés de atender 99% da população, atende a 1% que é aquele que se beneficia do lucro. Se ganha muito com a passagem de ônibus a R$ 3,80 e as empresas choram as mágoas e dizem que as tarifas não cobrem os custos, mentira! A planilha de custos é sempre falsificada. O gasto com o transporte pesa no final do mês para o trabalhador, é muito caro! Vamos rever isso.
Toninho Ferreira (PSTU)
Reprodução
Sobre a discussão da nova Lei de Zoneamento, você acha que ela é necessária?
Uma lei de Zoneamento deve durar no mínimo 10 anos, porque só depois desse prazo é que saberemos se ela deu certo. O que não pode é virar uma colcha de retalhos, que possa ser mudada de acordo com os interesses de grupos de interesses do prefeito eleito. O que nós temos que procurar na Lei de Zoneamento? Qual é o bem-estar da população? Não pode ser pra quem vai ganhar mais dinheiro. Dizem que a lei trava o desenvolvimento da cidade, não vai ter emprego. Olha, com essa crise econômica, pode mudar a lei que você quiser, vai continuar assim. Toda essa briga é por causa de interesses imobiliários. A Lei de 2010 é ruim, mas eu prefiro que ela dure por alguns anos para poder saber o que efetivamente está acontecendo, não pode mudar todo ano. Não pode ser variável, tem que manter por dez anos e pensar a longo prazo, sem imediatismo.
Por que você quer ser prefeito de São José dos Campos?
Porque eu acho que posso ajudar! Posso colocar minhas ideias e meu projeto. Eu sou socialista e acredito em outro tipo de sociedade. É isso que eu defendo e acredito que esse será nosso futuro. Não podemos ter um sistema que toda vez que ele está no auge, que se produz e consome muito. É preciso criar uma crise, porque para de dar lucro, e aí é preciso diminuir a produção e começar tudo de novo. Isso não pode dar certo.
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