Hayashi, o veterano entre vereadores
Divulgação/CMSJC
Um terço de sua existência dedicado à vida pública. Aos 70 anos, o parlamentar Walter Hayashi (PSC) entrou em sua sexta legislatura como vereador em São José dos Campos. Eleito com 6.251 votos em outubro do ano passado, o veterano quer compartilhar a sua experiência ao longo das últimas três décadas entre novatos e colegas aliados.
Hayashi foi presidente do Legislativo entre 2003 e 2004 e quase entrou na disputa para a presidência da Câmara, mas desistiu da concorrência para o eleito Juvenil Silvério (PSDB). A força política o colocou em uma comissão importante: a de Planejamento Urbano, Obras e Transportes, com pendências importantes deixadas pela administração passada como o novo Plano Diretor, a Lei de Zoneamento e o BRT.
“Desde 1995 até o presente momento, coordenei estudos, fiz a interpretação e a discussão com a população desses assuntos: Plano Diretor e Zoneamento. Para esta legislatura vamos discutir com a sociedade da mesma forma como sempre fizemos”, disse.
Leia abaixo a entrevista na íntegra:
Meon: Vereador, o senhor desistiu da candidatura à presidência da Câmara. Qual foi o motivo?
Walter Hayashi: Quando me propus a ser candidato a presidente da Câmara, inclusive motivado por alguns vereadores, pensei em duas coisas: primeiramente nosso grupo contribuiu bastante para eleger o Felício prefeito e sentimos a necessidade de ajudá-lo a fazer uma boa gestão, ajuda máxima se daria através do comando no Legislativo.
Meu nome surgiu dentro do grupo em razão de meu profundo conhecimento da Casa Legislativa. Experiência que me deu couraça para ajudar nos embates da Câmara, tocar com agilidade projetos importantes para cidade e acima de tudo, bom senso para trabalhar em benefício da cidade, evitando desgastes políticos desnecessários com o Executivo.
Com a cidade quebrada, fruto de uma gestão incompetente, o Executivo precisará de uma Câmara aliada e forte nas questões que serão debatidas durante o mandato e uma gestão focada nos anseios dos movimentos de rua, com ética, transparência e participação popular.
Abri mão da minha candidatura em nome de um projeto maior. Tenho certeza que meu desejo de tornar a Câmara de São José exemplo e referência a ser seguida será tocado com o atual presidente Juvenil, porque fazemos parte de um mesmo projeto político. Busquei o caminho do consenso e junto com meus pares, o elegemos com a aprovação de todos, sem confrontos ou disputas de poder. A questão dele ser do PSDB não pesou em nada, pois quem quer trabalhar para melhorar a cidade, a sigla partidária torna-se irrelevante.
Meon: Você está à frente da Comissão Permanente de Planejamento, Obras e Transportes, uma das mais importantes. Comente, por favor, como pretende discutir temas importantes como mobilidade urbana e Lei de Zoneamento?
Walter: Fui escolhido por unanimidade pelos colegas vereadores para presidir a referida comissão devido ao conhecimento que tenho desses assuntos. Em 1995, como vereador, tive uma participação intensa na elaboração do PDDI – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado - que depois culminou com o Zoneamento de 1997, lei complementar 165/97. Depois participei da elaboração do Plano Diretor de 2006, da (Lei Complementar 428/10/Lei de zoneamento) e mais recentemente do projeto que tramitou na Câmara, PLC 10/2015/Lei de zoneamento, mas que acabou sendo arquivado pelas três comissões que exararam seus pareceres contrários ao projeto por conter inúmeras irregularidades.
Desde 1995 até o presente momento, coordenei estudos, fiz a interpretação e a discussão com a população desses assuntos: Plano Diretor e Zoneamento. Para esta legislatura vamos discutir com a sociedade da mesma forma como sempre fizemos, o novo Plano Diretor e a Lei de Zoneamento. Vamos discutir e analisar juntos a nova proposta e buscar sempre o nosso desenvolvimento econômico alicerçado na sustentabilidade ambiental e na qualidade de vida, em especial das novas gerações.
Hayashi durante audiência da Comissão Especial de Inquérito do Kit Escolar
Divulgação/CMSJC
Meon: Walter, você entra na sexta legislatura. Qual é a sua opinião sobre o cenário político na cidade?
Walter: O PSDB retoma o comando legislativo e administrativo da cidade e é o partido que tem como principal missão cuidar dos destinos da nossa cidade aglutinando em sua órbita importantes partidos, lideranças políticas e figuras relevantes da nossa sociedade. O mapa do voto em São José mostrou a confiança da população no governo eleito que teve 62,22% do total dos votos válidos. Mostrou também que o PT está fragilizado e pagou caro pela sua péssima maneira de cuidar do dinheiro público. O aparelhamento da máquina administrativa pelos petistas e seus aliados, sobretudo pela indicação de forasteiros enviados pelo comando do PT nacional e estadual, sem a devida qualificação técnica comprometeu seriamente a performance do prefeito Carlinhos e também da máquina pública entregue à nova administração com um rombo superior a R$ 306 milhões.
Os reflexos da má administração petista são visíveis também no dia a dia da população. Nossa cidade que está acostumada à limpeza, a organização e ao respeito ao munícipe, disse não ao PT, para ver São José voltar a ser uma cidade promissora, bem cuidada e empreendedora.
A chamada 3ª via formada por siglas como o PRB, PV e outras, apáticas pela falta de propostas consistentes, não empolgaram a população.
Resumidamente: num universo total de 488.647 eleitores assim distribuídos:
PSDB – 219.511 VOTOS – 44,9%
PT – 76.327 VOTOS – 15,6%
PRB – 42.755 VOTOS – 8,8 %
PV + OUTROS – 14.220 VOTOS – 2,9%
BRANCOS – 13.843 VOTOS – 2,8 %
NULOS – 27.350 VOTOS – 5,6 %
ABSTENÇÃO – 94.635 VOTOS – 19,4%
Como os números apontam, 44,9% dos eleitores da cidade deram ao PSDB a musculatura necessária para uma governança tranquila. Uma adminsitração que começa com apoio da população.
O PT com seus 15,6% não conseguiu atingir o seu patamar histórico de +/- 30% na cidade, contudo os 76.327 votos (válidos) conquistados dá-lhe o direito de sonhar com a eleição de pelo menos um deputado em 2018.
Para os demais partidos, a chamada 3ª via, se quiser fugir da polarização PT/PSDB, não resta outra alternativa a não ser orbitar ao redor destes dois partidos. Construir uma alternativa requer muito trabalho inclusive na procura de um nome que realmente esteja alinhado com o novo, desprendido dos vícios da política antiga.
Os votos brancos, nulos, abstenções e pequenos partidos que somaram 40% do total de eleitores, mostram que existe espaço para o surgimento de um novo nome fora da polarização PT/PSDB, e que represente o novo.
Meon: O PSDB volta ao comando da principal cidade da RMVale. Qual é a análise que você faz?
Walter: Não vejo problemas em Poder Executivo (Prefeitura) e Poder Legislativo (Câmara) serem do mesmo partido, quando se tem um projeto comum para a cidade, alicerçado pelo envolvimento de diversos partidos. Embora o PSDB esteja à frente dos dois poderes, o projeto de cidade foi pensado em conjunto com outros partidos. Cada peça deste projeto maior sabe exatamente o seu papel. Sem vaidades, cada um quer colaborar para fazer São José retomar sua prosperidade e isso reforça o trabalho democrático de diversos partidos juntos.
Meon: O que pretende priorizar?
Walter: Nossa prioridade será sempre a população. As manifestações das ruas mostraram que a velha política está fora de moda, já não serve mais. Portanto vou trabalhar incessantemente para que nós, os políticos, tenhamos novamente crédito com a população, objetivo este no qual a ética e a interação com a população serão fundamentais.
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