Vacinação contra o sarampo é a melhor prevenção, diz especialista

Crianças são mais propensas a contrair a doença

Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil

A circulação do vírus que transmite o sarampo é um dos indicadores para o aumento de casos em todo o estado e também na RMVale, que soma 37 confirmações até esta segunda-feira (26). Mas a resistência em não receber a dose contra a doença é o principal motivo de haver tantos casos.

Segundo a médica pediátrica e professora da Universidade Anhembi Morumbi Cassia Abrantes do Amaral, a vacinação é a melhor forma de evitar o contágio. “Deixar o ambiente arejado e evitar conglomerados de pessoas ajuda, mas a principal orientação é ser vacinado. A dose é extremamente segura e eficaz”, alerta.

O estado de São Paulo soma 1.789 casos da doença, a maior prevalência do vírus está na capital, com 1.314 diagnósticos até esta segunda-feira, conforme boletim semanal divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. A Vigilância Epidemiológica de São José dos Campos confirmou hoje 10 novos casos da doença, elevando para 18 o número de registros do tipo na cidade. Jacareí, município vizinho, também divulgou nesta segunda-feira a confirmação de dois casos de sarampo.

As pessoas ficam resistentes ao vírus quando recebem a vacina e com isso os casos de sarampo diminuem. A resistência em receber a dose nesses últimos anos também pode justificar o aumento de casos, como explica a médica. “Há cinco anos o País quase não tinha casos de sarampo e isso gerou uma falsa ideia na população de que não havia mais a necessidade de vacinar contra a doença, mas só não tinha casos porque a população estava imunizada e mais resistente ao vírus”, disse.

Transmissão

O sarampo é uma doença altamente contagiosa e é transmitido facilmente através do espirro, tosse, ou até mesmo pelo beijo. A enfermidade pode ser transmitida assim que o paciente começa a apresentar os sintomas: febre alta, tosse e mal-estar intenso. Isso costuma acontecer em três dias e em até cinco dias a pessoa já está com as manchas pelo corpo.

“A transmissão é muito fácil, pois acontece pela via respiratória. Se a pessoa tem contato com algum paciente infectado ela tem quase 100% de chance de contrair a doença, que é extremamente contagiosa”, ressalta a médica Cassia Abrantes do Amaral.

A incidência é comum em crianças, uma vez que ainda são imaturas do ponto de vista imunológico. Por isto a importância em manter em dia o calendário vacinal desse público. Como medida preventiva, o Ministério da Saúde liberou a vacinação em todo o País para crianças de seis meses a menores de um ano. Essa dose, contudo, não substitui as doses já previstas no calendário vacinal: são recomendadas duas aplicações da vacina, aos 12 meses e 15 meses de vida.

Sintomas

Após o contato com o vírus, a pessoa contaminada vai passar pelo chamado ‘fase catarral’, quando fica com febre alta, tosse, coriza e mal-estar intenso. Essa fase dura, em média, três dias e manchas amarelas e acinzentadas podem aparecer na região da boca – este pode ser o sinal para o sarampo.

Bloqueio vacinal

A Secretaria de Estado da Saúde informou que segue a recomendação do Ministério da Saúde para vacinar crianças de seis meses a menores de um ano, independente se a cidade onde a pessoa mora teve ou não casos de sarampo. Apesar disso, a assessoria de imprensa da pasta afirma que cada município é livre para desenvolver outras estratégias de bloqueio vacinal.

Em São José dos Campos, onde houve casos recentes da doença, a Prefeitura informou que “segue o protocolo do Ministério da Saúde, que é a realização de bloqueio vacinal na notificação de casos suspeitos e varredura quando há confirmação da doença, como forma de prevenção”, e que “outras iniciativas dependem do envio de doses da vacina por parte do Ministério da Saúde e da Vigilância Epidemiológica do Governo Estado”.