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Trabalhadores de fábricas fornecedoras da LG no Vale do Paraíba entraram em greve nesta terça-feira

A medida foi tomada após a LG anunciar o encerramento da produção de celulares e não informar o que irá fazer com os funcionários

Escrito por Fernanda Niquirilo

06 ABR 2021 - 10H34 (Atualizada em 06 ABR 2021 - 11H06)

Foto: Roosevelt Cássio/SindMetal SJC

Na manhã desta terça-feira (6), os trabalhadores das três fábricas fornecedoras da LG na região (Blue Tech, 3C e Sun Tech), entraram em greve. A decisão foi tomada como forma de pressionar a empresa sul-coreana a preservar empregos e direitos na Sun Tech, em São José dos Campos, Blue Tech e 3C, ambas em Caçapava.

As três fábricas produzem exclusivamente celulares para a LG, que nesta segunda-feira (5) anunciou o encerramento da produção de telefones móveis. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, a medida deve levar ao fechamento de 430 postos de trabalho nas fornecedoras. Ainda de acordo com o sindicato, 90% desse montante é composto por mulheres chefes de família.

Dentre os 430 terceirizados, são 40 da 3C, que faz a produção dos carregadores da LG, outros 170 são da BlueTech e 220, da SunTech, ambas são fábricas que recebem matéria-prima da empresa sul-coreana e produzem os aparelhos, que depois são enviados para a matriz de Taubaté, onde recebem a certificação e são enviados para distribuição.

O sindicato também informou que, ainda nesta terça-feira, tem uma reunião marcada com representantes das empresas terceirizadas para discutir sobre a manutenção dos postos de trabalho.

O objetivo das fábricas é lutar pela manutenção dos postos de trabalho. Caso se consolide o fechamento das fábricas, a entidade reivindica que todos os direitos pagos aos trabalhadores da LG sejam estendidos às funcionárias das fornecedoras.

“O processo de desindustrialização segue em alta no Brasil e não podemos admitir que os governos permaneçam omissos, principalmente em cenário de pandemia. A LG é responsável por cada posto de trabalho nessas fábricas. Vamos exigir, na luta e nos tribunais, que todos os direitos sejam garantidos. A terceirização, amplamente adotada pela empresa, tem como reflexo a precarização de direitos e insegurança jurídica. Mas aqui as trabalhadoras lutarão bravamente por seus empregos e direitos”, afirma o presidente do sindicato, Weller Gonçalves.

O que diz a LG

A empresa informou por nota que continuará a produção até maio deste ano e já está em contato com o sindicato para formalizar as indenizações. A produção de notebooks, computadores All In One e monitores, continuará normalmente, bem como o serviço de Callcenter.

Informa ainda que vai negociar ações com o Sindicato dos Metalúrgicos para minimizar os efeitos de sua decisão.

"As negociações até o momento podem impactar os empregados dedicados à essa divisão, porém estão sendo avaliadas todas as possibilidades, tais como realocação, transferência ou rescisão" informa a LG.

Rumores internacionais

Desde o final do mês de fevereiro, a imprensa sul coreana vem divulgando informações sobre a possível venda do setor de celulares da LG. Uma delas foi o interesse da Vingroup, empresa vietnamita, e da Volkswagen (VW), porém as negociações foram encerradas sem um acordo.

Ainda conforme os veículos de comunicação da Coreia do Sul, a LG decidiu encerrar a produção de celulares sob a alegação de prejuízos acumulados há cerca de cinco anos no setor.

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