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SJC: Sebrae-SP e MP-SP capacitam mulheres em situação de violência doméstica

Cerca de 46% das mulheres não denunciam agressores por dependência financeira

Escrito por Meon

19 NOV 2024 - 11H07

Divulgação

Segundo levantamento realizado em 2023, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São José dos Campos, foram registrados 1.621 boletins de ocorrência de violência doméstica nas delegacias e 1.704 on-line, sendo mais 712 registrados em outras unidades. Além disso, foram cerca de 250 flagrantes de violência doméstica na área do município.

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Com o objetivo de atender às mulheres, em especial aquelas em situação de vulnerabilidade e vítimas de violência doméstica, com capacitação de qualificação técnica, de gestão e de soft skills, o Programa Sebrae Delas tem atuado em parceria com o Ministério Público e rede de parceiros, como a ONG SOS Mulher, com o Projeto “Lidere-se”.

Na visão da promotora de justiça com atribuição para a violência doméstica de São José dos Campos, Dra. Gabriella Lanza Passos, o projeto tem como objetivo central aumentar a autoestima de mulheres vítimas de violência doméstica por meio da capacitação profissional, facilitando a sua entrada no mercado de trabalho e, por consequência, conferindo independência econômica e emocional para que consigam sair do ciclo de violência vivenciado.

De acordo com a pesquisa ‘Observatório da Mulher contra a Violência’, em parceria com o Instituto Datasenado, 46% das mulheres não denunciam o seu agressor para as autoridades em razão da dependência financeira do parceiro.

“No dia a dia da Promotoria de Justiça me deparo com inúmeras situações em que mulheres solicitam a revogação das medidas protetivas para que o agressor afastado do lar retorne, alegando que os filhos estavam passando por necessidades financeiras, bem como mulheres que denunciam seus companheiros por violência e acabam mudando a versão dada inicialmente na DDM na tentativa de que o companheiro não seja punido, por dependerem economicamente dele. O que se conclui que a falta de renda é obstáculo fundamental para combater a violência contra as mulheres”, afirma a promotora.

Segundo Mariana Garcia, analista de negócios do Sebrae-SP, é necessário mostrar que o empreendedorismo pode ser um caminho para que a mulher conquiste sua independência financeira e saia do ciclo da violência e dependência emocional, acreditando que é possível ser protagonista da sua própria história. “Realizamos a primeira fase da capacitação com foco no desenvolvimento pessoal, despertando o empoderamento dessas mulheres. Entraremos em uma segunda fase da capacitação que é a qualificação técnica e de gestão de negócios.”

O Programa SOS Mulher de São José dos Campos atende, em média, 65 mulheres por mês vítimas de todo tipo de violência enquadradas na Lei Maria da Penha, segundo dados de abril a outubro de 2024. Elisabeth Montezano, presidente do SOS Mulher, afirma que essa parceria com o Sebrae abre portas e ajuda as mulheres a terem uma visão de vida diferenciada.

“O principal objetivo é mostrar o caminho e dar ferramentas para que elas saiam do ciclo vicioso. É a nossa segunda capacitação com o Sebrae e essa foi muito didática, começando pela inteligência emocional, as empoderando para o empreendedorismo, com o objetivo de escolherem o que desejam para as suas vidas. Por virem de um quadro de vulnerabilidade social, financeira e emocional, a parceria tem auxiliado muito.”

Andréia Cristina Teodoro, 49 anos, técnica em estética, participou do programa de capacitação e já tem projetos para o futuro. “Esta dinâmica de palestras foi maravilhosa, pois abriu um leque de coisas na minha vida. Venho passando por momentos muito difíceis e ter vivenciado esse conteúdo excelente, com uma palestrante maravilhosa, com uma excelente profissional, com uma capacidade de tocar nosso coração com a sua delicadeza, foi perfeito.

O projeto me fez perceber que estou no caminho certo, apesar de estar iniciando a minha vida profissional em São José dos Campos. Resolvi sair do casulo e recomeçar. Agora, quero muito conseguir fazer os cursos do Sebrae para ser uma profissional de qualidade”, conta.

Brenda Ribeiro Rodrigues, 41 anos, pedagoga, está em transição de carreira há dois anos e, após pedir demissão de um cargo público de 15 anos CLT em 2024, resolveu seguir com o seu sonho. “Quero ter uma independência financeira por meio do meu negócio e essa oportunidade do Sebrae foi muito rica e me trouxe mais confiança de que eu sou capaz de realizar o meu sonho. Gostei dos exercícios práticos, da forma como a facilitadora conduziu as aulas, nos deixando à vontade para interagir e levando vídeos e testes para que contextualizasse o conteúdo e tornasse mais dinâmico. Houve bastante interação entre as mulheres do grupo, que se identificaram por vezes com a história da outra. Foi gratificante!”

Para Josiane Maria Nazaret dos Santos, 43 anos, a capacitação foi uma experiência única. “Aprendi muito coisa que vou levar para a vida. Quero me tornar uma agência de babá formalizada e pude tirar as dúvidas sobre empreendedorismo e gerenciamento do meu negócio.”

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