SJC: Bispo causa polêmica ao revelar divórcio e diferenças com Igreja

Ordenado no último fim de semana, Dom Léo Assis, 35 anos, tornou-se bispo da Diocese Católica Episcopal Cristo Rei, que abrange o Vale do Paraíba. Durante uma entrevista, ele revelou que sua separação da ex-esposa, com quem tem dois filhos, foi causada por divergências religiosas. "Minha ex-esposa seguiu outra religião, e eu escolhi continuar minha caminhada. Hoje, sou celibatário por opção, não por imposição", declarou.

Natural do sul de Minas Gerais, Dom Léo lidera o Movimento Continuante, uma dissidência da Igreja Anglicana ligada à tradição norte-americana. Apesar de utilizar paramentos e rituais semelhantes aos da Igreja Católica Romana, a organização não reconhece a autoridade do Papa e permite que padres e bispos sejam casados e tenham empregos seculares.

Dom Léo compartilhou sua trajetória, que começou no Seminário Santo Afonso, em Aparecida, e incluiu passagem pela Ordem Franciscana. Após se apaixonar e se casar, viu-se impossibilitado de retornar à formação tradicional. "Continuei estudando por conta própria e descobri, no Movimento Continuante, uma forma de conciliar minha vocação com minha vida familiar", explicou.

A Diocese Cristo Rei, criada para atender 39 cidades do Vale do Paraíba, inaugurou recentemente o Santuário Cristo Rei, na zona sul de São José dos Campos. O espaço comporta até 150 pessoas e promove missas de cura e libertação, atraindo fiéis e gerando debates na comunidade local.

A Paróquia Espírito Santo, ligada à Diocese de São José dos Campos, emitiu nota esclarecendo que Dom Léo e sua organização não estão em comunhão com a Igreja Católica Romana. Dom Léo criticou a nota, afirmando: "Não acordei e decidi ser padre. Passei pela formação e fui legitimamente ordenado. A Igreja Católica Romana não é a única Igreja de Cristo".

Com mais de 140 mil seguidores nas redes sociais, o bispo busca fortalecer sua comunidade e defende que sua missão é "ampliar o reino de Deus e construir pontes, não dividir".