Sindicato não poderá barrar entrada de trabalhadores e Embraer terá que disponibilizar espaço para assembleia

Embraer, Sindicato dos Metalúrgicos e Polícia Militar participaram de uma audiência no MPT (Ministério Público do Trabalho) em São José dos Campos na tarde desta sexta-feira (27). Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) foi assinado onde a empresa se comprometeu a disponibilizar um local no estacionamento interno para a realização de assembleias e os sindicalistas se comprometeram a garantir a liberdade  daqueles que não aderirem a greve.

A reunião foi solicitada pelo SindMetal de São José que denunciou supostos casos de repressão policial durante a greve iniciada na terça-feira (24). A Embraer, por sua vez, também mostrou imagens de sindicalistas que teriam agido em repressão aos trabalhadores que desejavam entrar para o trabalho.

De acordo com o MPT, a Polícia Militar disse em audiência que recebeu diversas denúncias pelo 190 de trabalhadores relatando que sindicalistas estariam bloqueando a entrada. Por nota, a PM relatou ainda que tentou negociar com os manifestantes e “[...] não alcançando êxito foi necessária a intervenção policial para preservação da ordem pública. Um indivíduo foi detido por desobediência e resistência”.

Ainda segundo o MPT, a intenção da audiência foi encontrar uma solução para evitar que confusões como está aconteçam no futuro. O TAC definiu duas obrigatoriedades, uma por parte da Embraer e outra por parte do sindicato.

O acordo prevê que a empresa disponibilize um espaço no estacionamento interno para que o sindicato faça as assembleias. Já o sindicato se comprometeu a garantir a liberdade daqueles que não aderirem ao movimento grevista, para que possam trabalhar normalmente.

Sobre o acordo, a Embraer afirmou que “Essa medida proporcionaria maior presença dos funcionários das áreas operacionais e administrativas para votarem ao mesmo tempo as propostas, e aumentaria significativamente a representatividade dos colaboradores nas decisões que forem tomadas”.

Já o sindicato afirmou que “As assembleias voltam a ser realizadas no pátio interno da empresa, uma reivindicação do sindicato desde a década de 1990. Além disso, a empresa assumiu o compromisso de divulgar pelos supervisores a todos os trabalhadores o respeito à liberdade sindical”.