Vestindo camisetas com a frase “Não ao desmonte da C&T”, sindicalistas da área de Ciência e Tecnologia cobraram do ministro Marcos Pontes investimentos e contratação de servidores para o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), durante uma coletiva de imprensa que aconteceu nesta segunda-feira (18), em São José dos Campos. O instituto teria um déficit de cerca de 1.400 funcionários.
Ivanil Barbosa, presidente do SindCT (Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial), afirmou ao ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, que o Inpe, assim como os institutos públicos de pesquisa de uma forma geral, sofre de um esvaziamento de recursos humanos.
“Em 1990, o Inpe tinha cerca de 2.080 trabalhadores, e hoje tem menos de 600 servidores. Até o final de 2020, o número deve ser inferior a 500 trabalhadores”, afirmou Ivanil durante encontro com o ministro. Também participaram da manifestação cerca de 10 alunos da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
Em entrevista ao Meon, o presidente do sindicato relatou que hoje, o Inpe é dependente de colaboradores bolsistas. “Cada pesquisador que aposenta, fecha atrás de si a porta de um laboratório. Essa realidade tem que ser despida de uma identificação com este governo, isso aconteceu ao longo de vários governos, ela mostra a falta de estratégia do Estado”.
Ivanil Barbosa defendeu ainda que a formação de um trabalhador da área de Ciência e Tecnologia requer complementação da formação e exige certo ‘tempo de maturação’ desse profissional nos institutos públicos de pesquisa. “A situação crítica de RH, aliada ao tempo maior de maturação, torna os institutos extremamente ameaçados de extinção”.
Após a manifestação do sindicato, o ministro Marcos Pontes comentou que a redução de pessoal e o baixo orçamento para a área são preocupações em todas as unidades de pesquisa. “Eu tenho falado isso desde o começo do ano, da importância e da melhoria do orçamento para Ciência e Tecnologia para o país”. O ministro afirmou ainda que recursos para esta área não são gastos, e sim investimentos, pois têm grande retorno, e que o orçamento veio caindo ao longo dos anos porque algo não estava sendo feito da maneira correta.
O presidente do SindCT afirmou ainda que o atual Governo não é responsável pela situação atual, mas seu posicionamento agrava a situação devido à ‘visão economicista’.
O ministro Marcos Pontes afirmou durante a coletiva que o Governo preferiu priorizar as unidades de pesquisa e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) por serem locais onde são feitas as pesquisas do país. “Com relação à pessoal, tem a ver com reestruturação, temos que pensar maneiras de solucionar essa questão”, disse o ministro.
Marcos Pontes concluiu afirmando que tudo que o Ministério tem feito "é para aumentar o protagonismo da Ciência e Tecnologia no país" e que "as coisas não se resumem só a empregos, é importante que as pessoas venham trabalhar com ânimo e com projetos interessantes”.
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