Por Meon Em RMVale

Metalúrgicos vão se reunir com o MP contra ação policial em greve

Categoria quer realizar atos sindicais sem a intervenção da PM

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Dirigente do sindicato sendo levado para delegacia

Reprodução/Sindicato dos Metalúrgicos de SJC

O Ministério Público do Trabalho vai se reunir, nesta sexta-feira (27), com representantes da Embraer e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Polícia Militar para debater a ação policial durante assembleia realizada nesta quarta-feira (25), em frente à portaria da fábrica. O encontro está marcado para acontecer às 14h.

De acordo com os metalúrgicos, a iniciativa visa garantir o direito de realizar atos sindicais sem a intervenção da PM, como o que ocorreu nesta semana, quando a entidade tentava votar junto aos trabalhadores do 1º turno pela continuidade da greve e uma confusão foi iniciada. (veja mais abaixo).

“A greve é um direito constitucional. Em outras fábricas as assembleias acontecem normalmente, queremos entender o que está havendo na Embraer onde isso não está sendo possível. A polícia tem que comparecer onde tem crime e não onde acontece um ato legítimo. Estamos em uma democracia ou não?”, questionou o advogado do sindicato, Aristeu César Pinto Neto.

Conforme informou o sindicato será apresentado ao MPT o recente episódio envolvendo a polícia militar e os sindicalistas, e também um relatório de possíveis atos da Embraer contra a livre organização sindical.

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Segundo Neto, a Embraer também estaria pressionando trabalhadores que aderiram à greve. “A Embraer tem que parar com o assédio aos trabalhadores. Ela faz uma retaliação com quem participa da greve excluindo trabalhadores da lista de hora-extra”, afirmou.

Por nota, a Embraer informou que respeita o direito à livre associação e manifestação por parte de seus colaboradores. Contudo, a empresa reprova veementemente e lamenta os fatos ocorridos que visam interromper o direito constitucional de ir e vir dos empregados ao criar obstáculos para acesso ao local de trabalho. Sobre as acusações do sindicato, a Embraer afirma que não procedem.

A reportagem procurou também a Polícia Militar e questionou a corporação sobre as acusações feitas pelos metalúrgicos, mas a PM disse apenas que até o momento não foi comunicada a respeito da reunião do Sindicato dos Metalúrgicos com o Ministério Público do Trabalho.

Greve suspensa

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, na quarta-feira (25) a greve foi suspensa temporariamente em razão da possível repressão policial que se formou em frente à unidade Faria Lima. 

Segundo a categoria, no início da manhã, trabalhadores da produção teriam decidido, em assembleia, continuar com a paralisação, porém com a chegada de policiais, funcionários do administrativo teriam se sentido intimidados e entraram na fábrica.

Uma confusão foi iniciada entre a Polícia Militar e os sindicalistas, sendo que um dos dirigentes da entidade chegou a ser agredido com cassetetes e levado para a delegacia da Polícia Federal da cidade. Diante dos fatos, o próprio sindicato afirma ter orientado os trabalhadores de todos os setores a entrarem na fábrica.

Antes, porém, imagens de câmeras de segurança da Embraer mostram que sindicalistas tentam impedir a entrada de trabalhadores na empresa.

Impasse salarial

No último dia 11 de setembro, o Sindicato dos Metalúrgicos se reuniu com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entidade que representa empresas do setor aeronáutico, para uma rodada de negociação. Na ocasião o grupo patronal teria proposto reajuste apenas pela inflação e retirada de direitos, como estabilidade para trabalhadores lesionados e terceirização ilimitada.

O sindicato, por sua vez, recusou a sugestão e na última semana aprovou junto aos trabalhadores aviso de greve, que poderia acontecer caso não houve avanço nas negociações.

A Embraer afirma que a última proposta apresentada contempla um reajuste salarial de 3,28% relativo à inflação do período, o qual a Empresa já adiantou neste mês, por liberalidade, para todos os funcionários. 

Os metalúrgicos, no entanto, reivindicam reajuste de 6,37%, que corresponde à inflação do período somada a 3% de aumento real, além da renovação da Convenção Coletiva na íntegra.

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