Milson PereiraDiretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté
Milson Pereira, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté
Marcus Alvarenga/Meon
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e diretor da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT São Paulo, Milson Pereira, acusou a Ford, durante evento de comemoração dos 50 anos de implantação da montadora na cidade, de querer substituir a mão de obra humana por robôs.
“Todos queremos que a planta de Taubaté tenha vida longa e traga novas histórias de vidas, mas, apesar de tudo, as empresas precisam investir em tecnologia para ter produtividade maior. Não somos contra o desenvolvimento, mas não podemos esquecer a peça principal, o ser humano. Não dá para aceitar a substituição do ser humano por máquinas e robôs”, declara Milson, que ainda ironizou, dizendo que “robôs não movimentam a economia e inclusive não compram carro”.
Milson PereiraDiretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté
A festa promovida pela empresa oficializava a chegada das novas linhas de produção do motor 1.5 Ti-VCT 3 cilindros e da transmissão manual MX65.
“Se não fossem os trabalhadores da Ford terem a consciência e acreditar que as ações lá atrás poderiam garantir esse produto em Taubaté, talvez isso não estivesse acontecendo. Em 2015, abrimos mão do reajuste salarial por um ano e reduzimos o salário em 10%. Companheiros e companheiros perderam os empregos em outros momentos difíceis que viabilizaram que a nova produção pudesse ser lançada hoje”, começou o presidente, durante o seu pronunciamento na solenidade.
O prefeito de Taubaté, Ortiz Júnior (PSDB), defendeu as acusações ao declarar que a administração municipal renovou a isenção de impostos municipais em 2014, com a garantia que a montadora traria novos investimentos para as linhas de produção da cidade, e com isso, ajudaria na gestão pública do município.
“A prefeitura abriu mão dos impostos municipais para permitir competitividade no mercado produtivo. A Ford Taubaté é uma das cinco empresas da cidade que mais colaboram com o bolo orçamentário pelo ICMS da indústria, que, sem dúvida, é o imposto mais importante”, disse Ortiz, que ainda apontando a fala do presidente do sindicato, ressaltou os problemas que a administração municipal enfrenta com o aumento do desemprego.
“Quando o trabalhador é substituído por uma máquina ele também pressiona o Sistema Público de Saúde. Ele perde o convênio, perde o poder de pagar o aluguel e financiamento da casa própria, pressionando as políticas públicas de habitação. Na medida em que a indústria expande o número de empregos e a capacidade de produção, o poder público sofre menos por ter uma tensão menor dos serviços públicos que a prefeitura precisa oferecer”, finalizou o prefeito.
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