Segundo sindicado, acordo pode gerar demissões em massa em São José
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O nível de tensão entre funcionários da Embraer aumenta com a proximidade de uma eventual fusão com a Boeing. Sem informações oficiais da empresa brasileira sobre o acordo em discussão, aumenta a onda de boatos dentro da fábrica em São José dos Campos. Nesta semana, a informação que circulou entre os trabalhadores é que a fusão seria anunciada neste domingo (20), com previsão de demissões e transferências para a unidade de Gavião Peixoto.
A empresa brasileira negou os boatos sobre demissões (veja nota abaixo).
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De acordo com as informações que circulam entre os funcionários, cerca de 7.000 trabalhadores seriam transferidos para a base de Gavião Peixoto, onde ficaria concentrada a produção da Embraer Defesa, e cerca de 3.000 empregados seriam desligados da sede em São José dos Campos.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, uma ‘bomba’ pode estourar nos próximos dias caso o acordo seja confirmado. “Nós enviamos uma carta para a Embraer na terça-feira (15) pedindo informações e não recebemos retorno. Os boatos são fortes e vêm de todos os lados, inclusive do pessoal da engenharia. Caso isso aconteça, o resto do ano vai pegar fogo”, disse Herbert Claros, vice-presidente da entidade.
Para os sindicalistas, o acordo entre as duas empresas “pode levar a companhia brasileira a ser reduzida a uma mera fabricante de componentes aeronáuticos”.
Ministério Público
No começo do mês, o Ministério Público do Trabalho recomendou à Embraer e à norte-americana Boeing que incluam expressamente "salvaguardas trabalhistas" no acordo comercial que vem sendo negociado entre as empresas. Na notificação, o MP aponta para uma possível redução dos postos de trabalho na Embraer ou mesmo "o encerramento de suas unidades produtivas no Brasil, com a transferência de tecnologia e profissionais altamente qualificados para fora do País".
El Confidencial
No início de maio, o jornal espanhol “El Confidencial” afirmou que a Boeing estaria interessada em três fábricas da Embraer na cidade de Évora, em Portugal. No acordo, a Boeing estaria disposta a adquirir veículos de aviação civil – jatos executivos e de médio porte, de transporte de passageiros. As unidades são de alta produtividade, especializadas em aeroestruturas metálicas e fibra de carbono.
Outro lado
Em nota, a Embraer afirma que os boatos sobre demissões e transferência de empregados não procedem. No comunicado, a empresa afirma que "manterá seus empregados, acionistas e o mercado informados na medida em que uma potencial combinação de negócios com a Boeing evolua". Veja a nota na íntegra abaixo:
"A Embraer afirma que não procedem os boatos sobre demissões ou transferência de empregados.
Reiteramos que a Companhia manterá seus empregados, acionistas e o mercado informados na medida em que uma potencial combinação de negócios com a Boeing evolua.
A Embraer e a Boeing têm mantido entendimentos, inclusive por meio do grupo de trabalho do qual o Governo Brasileiro participa, com vistas a avaliar possibilidades para uma combinação de negócios.
Entretanto, até o momento não há definição acerca da estrutura de participação da Embraer e tampouco da governança de possível nova sociedade que venha a ser criada caso venha a ser implementada a referida combinação de negócios.
Neste contexto, quando e se definida a estrutura para combinação de negócios, sua eventual implementação estará sujeita à aprovação não somente do Governo Brasileiro, mas também dos órgãos reguladores nacionais e internacionais e dos acionistas das duas companhias."
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