Chuva, risco de acidentes, dor e cansaço diminuem de importância quando os romeiros decidem pegar a estrada para agradecer à Nossa Senhora Aparecida por alguma graça alcançada. A reportagem do Portal Meon testemunhou isso de perto, ao participar a pé da romaria.
O paulistano Bruno Woth, de 34 anos, rumou até o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para agradecer pela saúde da esposa.
“Há três anos, a gente começou o processo de engravidar, minha esposa começou a sentir muita dor na perna. Depois dos exames, a gente descobriu que ela tinha endometriose no nervo ciático. Todos os médicos diziam que ela tinha de fazer cirurgia, que a probabilidade de não conseguir mais andar e ter de usar fralda era grande. A gente rezou bastante e teve o propósito de agradecer numa romaria, porque já sabia que teria essa graça alcançada. Em 2019, aconteceu a graça. Ela fez a cirurgia em 9 de setembro, deu tudo certo, começou a andar ali mesmo, no quarto. No ano seguinte, a gente teve a graça de ter tido a nossa filha, e assim viemos agradecer pelo nascimento da Liz” relata o peregrino, que vai à Aparecida pela segunda vez.
“A experiência de fazer romaria é indescritível, acho que só quem consegue fazer pode sentir todas as graças, elas acontecem a qualquer momento. Tem momento em que você não está com fôlego para se levantar, alguém buzina, te dá uma força. Alguém para, te dá uma água, um alimento, e acaba que naquele momento, Nossa Senhora está cuidando de você”, acrescenta.
Entre os milhares, há aqueles que arriscam iniciar a jornada sem nenhuma experiência. “Viemos a primeira vez há três anos, sem carro de apoio e nenhuma experiência. A gente tinha vontade, mas não tinha coragem”, conta a familiar de Bruno, Juliana Martins, de 38 anos.
“Criamos coragem e viemos com o Bruno só com carro de apoio para vir buscar a gente. Levamos 24 horas para chegar lá (em Aparecida), a maior dificuldade foi o sol na cabeça, fome e sede, porque a gente não tinha se preocupado com essas coisas. Só colocamos na bolsa garrafinhas de água, de Gatorade, amendoins”, confessa Juliana, em tom bem humorado.
Durante parte do trajeto noturno, houve tensão ao verem dois motoqueiros atravessando uma passarela em Taubaté, mas o medo foi logo substituído por alívio. “A gente rezou, pediu para o anjo da guarda nos proteger e eles só pediram para a gente rezar por eles”.
Em meio às dificuldades do trajeto, sempre há quem se simpatize com os romeiros. “Não consegui chegar à Aparecida (em outro ano), me deu frustração. Resolvi me confortar ajudando quem precisava no ponto de apoio. Reuni amigoS, pessoal que tinha lojas, essas coisas. Cederam água e materiais para o ponto de apoio em Pinda, que foi o lugar mais complicado da caminhada. Quando a gente montou o ponto de apoio, viu que éramos um cisco, considerando a quantidade de gente que estava chegando, e pensamos ‘não vamos poder ajudar todo mundo’”, relata o vendedor José Ivan Alves Júnior de 35 anos.
“Do nada, encostou uma pick up muito grande com um senhor e uma senhora e perguntou se a gente aceitava doação. Eles tinham muita, muita água gelada. Quando a gente olhou para trás, viu um mar de gente. De novo, pensamos que não íamos dar conta. Daí, apareceu novamente outro casal de idosos e deixou mais água com a gente. Dali a minutos, encostou outro carro abarrotado de água e frutas, e aí a gente conseguiu dar conta de todo mundo que estava passando naquele momento. Nossa Senhora está sempre abençoando nossa jornada”, afirma José Ivan.
Quem não caminha, busca ser útil de alguma forma, principalmente ao oferecer alívio aos peregrinos com alimento, água, lugar para descansar.
“Esse é o segundo ano que a gente está em atividade. No ano passado, a estrutura era de duas tendas, este ano são seis. A gente tem alguns parceiros, tem o pessoal de corrida, grupo de pedal e temos nossos amigos, principalmente. Quando a gente solicita alguma coisa, a ajuda vem. Iniciamos na quinta-feira (7) e ficamos até dia 12”, diz Ailton Garcia, de 42 anos.
“Tendo romeiro para a gente atender, vamos nos manter em atividade 24 horas. Cada momento aqui é uma história diferente, é uma gratidão, a gente fica até emocionado, serve de motivação para todos nós, conclui o gerente operacional. Nossa motivação de criar esse ponto de apoio é ajudar o próximo sempre, esse é o nosso objetivo e obrigação”, ressalta.
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