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Rabello diz que interesse da Boeing é reflexo de êxito da Embraer

Presidente do BNDES faz comparação com futebol ao falar do possível acordo

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Paulo Rabello, presidente do BNDES, exaltou Embraer

Estadão Conteúdo

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, considerou que uma associação entre Boeing e Embraer é reflexo de uma mudança na competição global do mercado de aeronaves e prova do êxito internacional da fabricante brasileira.

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Comparando o mercado à uma competição de futebol, o executivo considerou que Embraer "tem jogado muito bem com a Bombardier, concorrendo na série B do futebol", do mercado de aeronaves regionais, enquanto a Boeing e a Airbus jogavam na série A, dos grande jatos. Ele lembrou, porém, que a série B deve ser ampliada, com a chegada de novos "times" que devem deixar a competição mais difícil, numa referência a novos entrantes que prometem ampliar a concorrência no segmento.

Por outro lado, ele considerou que o acordo entre Bombardier e Airbus elevou o nível dos times. "Agora entram jogadores da serie A para competir na série B. É como exportar o Neymar para jogar um jogo de interior, desequilibrou a organização comercial anterior", disse, considerando natural as negociações da empresa norte-americana com a brasileira, já que as duas companhias "conversam há anos".

Eles querem vir jogar no nosso time, não pode ser considerada uma invasão"

Paulo RabelloPres. BNDES

"Eles querem vir jogar no nosso time, não pode ser considerada uma invasão", comentou, considerando que "manter o esquema nacional" se tornou mais complexo. Para ele, o interesse pela Embraer também reflete o êxito da fabricante brasileira, que se tornou visível e parte do jogo internacional e se tornou cobiçada. "É prova inequívoca do sucesso da companhia".

Rabello reforçou as declarações do presidente Michel Temer sobre a operação, com ressalvas sobre os segredos tecnológicos desenvolvidos pelos brasileiros e para a permanência de investimentos e empregos no território nacional.

Segundo o executivo, o BNDES tem acompanhado com atenção e realizado um estudo aprofundado sobre um potencial negócio e representantes da instituição participam de um grupo de trabalho do governo composto também por membros dos ministérios da Fazenda e da Defesa, além de outros atores da área jurídica, para avaliar os detalhes da operação. Segundo ele, o governo deve ouvir o grupo de trabalho, que alinhará as condições fundamentais para uma eventual aprovação do negócio.

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