Publicação que deu início a dicussão entre os policiais civis e militares
Reprodução/Facebook/Homicídios DIG São José dos Campos
Uma publicação da Divisão de Homicídio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São José dos Campos em sua página oficial no Facebook deu início a uma discussão virtual entre policiais civis, militares e internautas.
A postagem relata as diligências realizadas pela equipe de investigação no dia 17 de novembro em busca de um suspeito de homicídio na zona sul da cidade, mas a afirmação de que o acusado teria pego uma “carona” com a viatura da Polícia Militar causou um “mal estar” entre as equipes de segurança.
O capitão Wagner Guimarães reagiu a publicação com um comentário explicando que “viatura da PM não dá carona pra vagabundo” e declarando que a DIG estaria querendo impressionar a sociedade, menosprezando o trabalho da Polícia Militar.
“Na verdade, para mim, nem me importo com uma vergonhosa publicação destas porque sei até onde podem ir e não vão, mas dizer que o homicida pediu carona para viatura da PM, estão querendo dar um tapa na cara da sociedade e chamando todo mundo de idiota”, escreveu o capitão da PM.
Capitão da PM repudia publicação e acusa desejo de apenas "impressionar" a população
Reprodução/Facebook/Homicídios DIG São José dos Campos
Após o comentário, outros internautas começaram a se envolver na discussão, questionando o trabalho de cada um dos órgãos, se posicionando a favor da PM ou da Civil e até trocando xingamentos.
O moderador da página reagiu aos comentários postando um novo vídeo, com a declaração do suspeito reforçando o posicionamento sobre a suposta “carona” da PM no momento em que o acusado se entregou.
Entretanto, a Polícia Civil questiona a atuação da Polícia Militar no momento do crime, alegando que poderiam ter evitado o homicídio ou prendido o suspeito em flagrante.
“O autor também relata que logo após matar a vítima deu de frente com uma viatura, é bom você dar uma olhada nisso, se o trabalho ostensivo tivesse sido feito naquele momento não teria havido o homicídio ou o autor havia sido preso em flagrante”, comentou o moderador da página oficial da DIG.
DIG responde aos xingamentos acusando falha no patrulhamento no dia do crime
Reprodução/Facebook/Homicídios DIG São José dos Campos
A discussão seguiu pelos comentários, com envolvimento de outros policiais militares, civis e internautas, que também reagiram negativamente sobre o comportamento dos oficiais.
“A civil com a militar tem que se unir e não ficar com essa rixa ridícula. Não existe lado e sim a união dos dois para combater com o crime”, comentou um dos seguidores da página que acompanhou a discussão.
Policial explica como ocorreu a atuação no dia da suposta "carona"
Reprodução/Facebook/Homicídios DIG São José dos Campos
Corporações
A Polícia Militar declarou que “os posicionamentos expressos na rede social são de caráter pessoal, não representam o posicionamento das Instituições e não afetam a continuidade do trabalho integrado que vem sendo desenvolvido”.
“A Polícia Militar e a Polícia Civil realizam um trabalho integrado muito profícuo, que têm resultado na redução dos indicadores criminais na RM Vale, principalmente dos crimes violentos, como os homicídios e roubos. (...) As redes sociais são um espaço democrático. A Polícia Militar respeita e protege o direito constitucional à liberdade de expressão de todas as pessoas”, afirma o Capitão PM Arlindo Albergaria Junior, chefe da seção de comunicação social do CPI-1 (Comando da Polícia Militar do Interior).
O Delegado Seccional de Polícia de São José dos Campos, José Henrique de Paula Ramos, declarou que os policiais civis são orientados a não se manifestarem em nome da instituição pelas redes sociais e que a discussão se trata de um posicionamento pessoal de cada oficial envolvido.
"Naturalmente, as opiniões divergentes emitidas em rede social por membros da Polícia Civil e da Polícia Militar refletem um ponto de vista estritamente pessoal, isto é, não correspondem, pelo menos de nossa parte, à uma visão institucional da Polícia Civil. Embora seja comum manifestações polarizadas em rede social, orientamos e advertimos nossos Policiais Civis no sentido de que devem se abster de, ao emitirem quaisquer manifestações, de fazê-lo em nome da instituição Policial Civil, salvo se autorizado pela hierarquia superior", afirma o delegado seccional.
A Secretaria de Segurança Pública também foi procurada pelo Meon, mas não se manifestou sobre o caso até a publicação.
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