Aleksandro Moreira Maciel, de 40 anos, estava levando seu caminhão para casa antes de uma nova entrega quando foi surpreendido por manifestantes encapuzados e munidos de pedaços de pau na avenida Fundo do Vale, em São José dos Campos, na tarde desta segunda-feira (13). “Eu ouvi um estouro e vi pneus sendo jogados na via por uma molecada com pedaços de pau. Não tinha como sair dali, o caminhão é pesado e tinha um carro na minha frente e outro atrás”, conta.
O caminhão de Aleksander foi um dos quatro veículos incendiados por um grupo de moradores da comunidade Santa Cruz, região central de São José. O grupo ateou fogo nos veículos na Avenida Fundo do Vale, que dá acesso ao Anel Viário, por volta das 18h. Além de incendiar um caminhão e três carros, os manifestantes bloquearam a via com uma pilha de objetos em chamas. Depois disso invadiram a avenida Nelson D’Ávila, onde apedrejaram ônibus e veículos.
O motorista do caminhão conta que correu largando tudo dentro do veículo, sua carteira, celular, documentos do veículo e o dinheiro que usava para os pedágios. “Eles estavam atacando as pessoas que estavam nos carros, batendo mesmo. Eu só não apanhei porque eu corri. Não tinha o que fazer. Eu olhei para trás e vi eles colocando fogo no pneu e na parte de cima do caminhão. É triste demais”, contou emocionado.
Apenas quando chegou na Câmara Municipal, Aleksandro conseguiu ajuda com os seguranças. “Lá eles me ajudaram muito. As pessoas estavam sem entender o que estava acontecendo. Isso não costuma acontecer aqui em São José. Na Câmara, eu consegui falar com a minha esposa e meu amigo, que é meu sócio”.
Na manhã desta terça-feira (14), Aleksandro registrou o boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia no centro de São José. O caminhão estava carregado com 280 sacos de cimento, que seriam entregues em Ilhabela, e com o tanque cheio.
Amigos e a família também começaram uma vaquinha online para que Aleksandro e Rafael consigam comprar outro caminhão. “A gente ainda estava pagando, pegamos o “velhinho” (de 1976) há pouco mais de dois meses e usava para fazer essas entregas e complementar a renda da família”. Aleksandro mora com a esposa e os três filhos em Paraibuna.
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