Por Meon Em RMVale

Para CNBB, é abusiva prisão de bispo acusado de desvio de dinheiro em GO

Em entrevista ao Meon, d. Roberto Ferrería Paz aponta falta de provas

Dom_Roberto_Ferreria_Paz Bispo Campos de Goytacazes-RJ em Aparecida 56 Assembleia Geral CNBB - Divulgação A12

Dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos de Goytacazes, em Aparecida

Divulgação/A12

A Igreja considera abusiva a prisão do bispo d. José Ronaldo Ribeiro acusado de participar de um esquema que teria desviado R$ 2 milhões doados por fiéis, em Formosa (GO). Na última quinta-feira, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou habeas corpus e decretou bloqueio de bens e quebra de sigilo bancário do religioso.

"A Igreja está colaborando com as investigações, porém nos parece que não há provas. Ainda nao foram apresentadas provas contra ele. Estamos tratando justamente de tirar dom José Ronaldo de uma prisão que nos parece abusiva", disse dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos de Goytacazes, em entrevista do Meon na tarde desta segunda-feira (16), em Aparecida.

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D. Roberto Paz participa da 56ª Assembleia Geral daCNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que reúne cerca de 400 bispos desde o dia 22 até a próxima sexta-feira (20). 

O Meon apurou que o assunto foi debatido em uma reunião privada durante a assembleia, nesta segunda-feira.  

"A Igreja sempre trabalha muito auditoria, mas parece que houve abuso de poder. D. José Ronaldo está indiciado, não está condenado", afirmou o bispo de Campos.

Entenda o caso

D. Ronaldo e mais oito padres estão presos desde o dia 19 de março, quando foi deflagrada a Operação Caifás. Eles são acusados de apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de quadrilha pelo desvio de dízimos e doações feitas à Igreja. De acordo com a acusação do Ministério Público, o dinheiro supostamente desviado teria sido usado para comprar fazenda, gado e casa lotérica, entre outros bens.

As investigações começaram no ano passado, após denúncias de fiéis, que afirmaram que as despesas da casa episcopal teriam passado de R$ 5 mil para R$ 35 mil.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça indicam que o grupo de religiosos comprou uma fazenda de criação de gado e uma casa lotérica com o dinheiro desviado. A investigação também levantou indícios de que o dinheiro era usado para despesas pessoais e compra de carros para uso particular. 

O Meon entrou em contato com o Ministério Público de Formosa, mas o promotor responsável pelo caso retorna ao gabinete somente na sexta-feira (20).

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