Por João Pedro Teles Em RMVale

Pais de autistas pedem melhores condições de tratamento em São José

Grupo marca protesto para sessão da Câmara desta quinta-feira

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Grupo vem pressionando o Legislativo 

Divulgação/CMSJC

Pais e familiares de crianças autistas em São José prometem protestar mais uma vez na sessão de Câmara desta quinta-feira (26) por um atendimento mais amplo aos portadores da doença na rede pública de saúde.

De acordo com o grupo de pais, o atendimento que era realizado de forma integrada com psicólogos, psiquiatria, terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais, foi perdendo a eficácia nos últimos dois anos.

Erica Moreira, mãe do jovem Rubens Moreira da Silva, de 9 anos, há um ano precisou deixar o trabalho no telemarketing para dedicar-se exclusivamente aos cuidados com o filho, portador de autismo. De acordo com ela, o quadro do filho tem piorado ao passo que a prefeitura teria mudado a assistência aos portadores do transtorno.

“Desde o ano passado temos percebido uma diminuição nos cuidados. A consulta com o psicólogo, por exemplo, era individual, agora acontece em grupo, o que não resolve muito. Falta médico muitas vezes, falta um atendimento multifuncional, além de uma sala sensorial, que nos foi prometida e até hoje não foi entregue”, explica.

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O descontentamento com as condições foi tanto que Erica inscreveu o filho para continuar seu tratamento na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que começou justamente esta semana.

“Mas não é por isso que eu vou deixar de batalhar pelas crianças e jovens que ainda precisam de tratamento na rede pública”, diz.

Senso

Os pais e familiares também reclamam da falta de um senso que identifique na cidade o número de pessoas com autismo. De acordo com Erica, o número de autistas em São José é bem maior do que a capacidade de atendimento da prefeitura.

“São atendidas cerca de 250 crianças, pelo que eu sei. Mas se a gente for contabilizar, esse número é muito maior. Há mães que precisam se virar com seus filhos do jeito que dá”, afirma.

A troca constante dos médicos que atendem os autistas no programa da prefeitura é outra reclamação.

“A gente precisa explicar toda hora o histórico, já que todas as consultas acontecem com médicos diferentes, que não conhecem nossos filhos.”

Outro lado

Por meio de nota, a prefeitura afirmou que “o Caps Infantil atendimento multidisciplinar para crianças e adolescentes de até 18 anos com transtornos mentais. A unidade conta com 5 psicólogos, 1 assistente social, 2 terapeutas ocupacionais, 1 enfermeira e 1 fonoaudióloga. Os atendimentos médicos estão temporariamente ocorrendo na UPA de Saúde Mental.”

Ainda de acordo com a nota, “A Prefeitura está finalizando os estudos para ampliar a assistência em saúde mental, com a implantação da Raps (Rede de Atenção Psicossocial). erão colocados à disposição novos equipamentos e serviços para atendimento dos munícipes com transtorno mental, intelectual e usuários de álcool e drogas.”

A prefeitura ainda promete a implantação de mais duas unidades de Caps Infantil, que deverá ter edital aberto no mês de novembro.

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