Engenheiro Gilberto Dib, um dos autores do manifesto pró-Bolsonaro
Arquivo/Estadão/Gabriela Biló
‘O brasileiro tem muitos direitos e poucos deveres, por isso o Brasil não se desenvolve’, diz o engenheiro Gilberto Dib, que lançou na última segunda-feira (24) o manifesto pró-Bolsonaro, assinado por mais de 300 profissionais formados pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
O movimento em apoio a Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, foi divulgado com exclusividade pelo Meon na sexta-feira (28). Em entrevista ao portal, Gilberto Dib justifica o ideário defendido pelo grupo de ex-alunos e afirma que a adesão ao manifesto aumenta a cada dia.
Entre os signatários do documento divulgado por Dib, está o coronel Ozires Silva, cofundador da Embraer. O grupo não representa posicionamento do ITA.
Veja abaixo principais trechos da entrevista
Como surgiu o movimento?
Eu e outros engenheiros formados no ITA conversamos sobre o futuro do país, do risco da esquerda e do PT voltar ao governo. O ITA forma seus engenheiros com princípios de cidadania, e cidadania significa você ter direitos e responsabilidades. A esquerda só defende direitos, não está preocupada com o desenvolvimento do povo brasileiro.
Por que apoiar Jair Bolsonaro?
Ele é o único que tem uma visão humana do Brasil e realmente está preocupado no desenvolvimento do povo brasileiro. Ele e Mourão [general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro] mexem em questões sensíveis, por isso tanta polêmica quando falam, como o caso do 13º salário. Os outros candidatos falam de educação, saúde e outras questões sem apresentar uma visão realmente transformadora da sociedade. O IDH do Brasil está estacionado na 79ª há vários anos, não avançamos em qualidade de vida porque aqui só se fala em dar coisas de graça ao invés de investir no desenvolvimento do cidadão.
Quais direitos?
A nossa Constituição só fala de direitos sociais, ela é da época do ‘Tudo Pelo Social’ do Sarney [José Sarney, presidente de 1985-1990]. Leia o artigo 6º da Constituição, veja o que diz: todos têm direito à educação, saúde, alimentação, lazer, moradia, transporte, previdência, maternidade, assistência aos desamparados… o povo brasileiro nunca vai se desenvolver com o Estado dando tudo pra ele, não há reciprocidade. O cidadão precisa produzir para ter o benefício.
Se cada uma das pessoas que recebem direitos grátis fosse estimulada a trabalhar, a contribuir com o país, a realidade brasileira seria outra.
Veja o Bolsa Família, a esquerda defende o Bolsa Família porque mantém o cidadão totalmente dependente do governo. E quem recebe o benefício não vai procurar emprego, vai ter mais filhos para continuar recebendo do Estado.
O manifesto fala sobre o risco de fraude eleitoral e defende o voto impresso, o senhor acredita que a integridade das urnas eletrônicas possa ser violada?
Sim, é claro. Eu trabalho na área de engenharia eletrônica há mais de 50 anos, sei do que estou falando. Se não temos o voto impresso para comprovar os votos eletrônicos, existe a possibilidade de fraude. A urna funciona com um programa de computador, que passou por várias alterações. Não há nenhuma garantia de segurança. Se desviar um voto de cada urna já é suficiente para eleger um candidato. Isso daria quanto? 500 mil votos? A diferença que fez Aécio perder a eleição para Dilma.
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