Rubens Moreira, portador do TEA, à esquerda
Reprodução/Arquivo Pessoal
Os pais de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista vão se reunir nesta terça-feira (2), data em que é celebrado o autismo, em frente ao Paço Municipal de São José dos Campos. A concentração está marcada para as 9h e será uma forma de chamar a atenção do poder público para a falta de serviços de inclusão.
O ato, que foi organizado pelas redes sociais, contará com distribuição de cerca de 800 panfletos educativos, com informações sobre o transtorno e a realidade enfrentada pelos portadores que necessitam de tratamentos e cuidados especiais.
Uma das queixas dos pais é em relação à falta de estrutura oferecida aos seus filhos na área da educação e saúde. Willians Pereira, de 41 anos, é pai de dois meninos, um de 7 e outro de 10 anos. O mais velho, Rubens Moreira da Silva, é autista e atualmente estuda na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Caçapava, pois não se adaptou na educação municipal de São José.
“Meu filho estudou na rede municipal de São José dos Campos, mas tivemos que buscar uma alternativa porque ele não estava aprendendo nada. Chegou um momento onde já não havia mais evolução. Infelizmente, na educação não temos professores capacitados o suficiente para auxiliar nossas crianças no aprendizado e desenvolvimento”, relatou.
Além disso, segundo Willians Pereira, os serviços para o autista deveriam ser integrados entre a educação e a saúde, pois esses dois extremos são complemento um do outro. De acordo com ele, na saúde a realidade também é precária.
“O ideal seria que tivéssemos um Centro de Referência do Autista, previsto em protocolo do Estado. Com isso, haveria atendimento centralizado, com profissionais qualificados e especializados. No Caps, que oferece serviços psíquicos, por exemplo, o meu filho ‘disputa’ atendimento com outras crianças com problemas diferenciados, não há uma atenção especial”, contesta.
Rosangela Moreira da Silva, de 55 anos, é mãe de Jonatas Matheus Moreira da Silva, de 22 anos. O seu filho tem autismo ‘grave’, como diz ela, e depende, exclusivamente, de cuidados de sua família. “A família tem que fazer tudo por conta, aqui na cidade não tem nenhum programa de qualidade. Chega a ser vergonhoso uma cidade tecnológica não ter nada voltado ao autismo. Se ele [o filho] fosse atendido em algum programa social já ajudaria muito na socialização dele”, conta.
A Secretaria de Educação e Cidadania informou por meio de nota que "todas as escolas municipais contam com atendimento educacional especializado (AEE) para alunos com deficiência ou Transtorno Global de Desenvolvimento, e que o atendimento identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que facilitam a participação dos alunos na rotina escolar", diz um trecho.
Em relação às Salas de Recursos nas escolas municipais, a pasta informou que os alunos atendidos pela Educação Especial que apresentam laudo médico, com a necessidade do acompanhamento de um estagiário de pedagogia durante o período em que está na escola, dispõe desse serviço.
Já a respeito do Centro de Referência do Autista foi informado que a Secretaria de Saúde, em parceria com as Secretarias de Educação, Apoio Social ao Cidadão e Esportes, está elaborando um termo de referência sobre um Centro de Referência Multidisciplinar para atendimento dos casos graves e estratégias para fortalecimento das ações de inclusão para os casos leves e moderados.
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