Satélite SGDC chega na Guiana Francesa; programa tem paricipação da Visiona, do grupo Embraer
Divulgação/Fevereiro/2017
Os negócios discutidos entre Embraer e Boeing envolvem um conjunto de atividades e ativos que vão muito além dos aviões comerciais e da divisão de Defesa e Segurança da fabricante brasileira. As discussões envolveriam também todas as empresas do Grupo Embraer, conforme apurou o Meon.
O que estaria em discussão é um alinhamento de todos os portfólios do grupo, as potencialidades de cada produto e o que as possíveis combinações poderiam gerar de benefícios para a Boeing e para a Embraer. O desafio é como fazer as combinações sem ferir os interesses do governo brasileiro, que tem poder para vetar qualquer acordo.
Fazem parte do grupo Embraer a empresas Atech (área de Defesa e Segurança Pública, Tráfego Aéreo e ao mercado Corporativo soluções inovadoras), Savis (área de Monitoramento de Fronteiras e Proteção de Estruturas Estratégicas), Eleb (produção de equipamentos para aeronaves comerciais, helicópteros e de defesa), Bradar (radares de defesa, segurança, vigilância e sensoriamento remoto), a Ogma (empresa portuguesa, com 65% do controle acionário com a Embraer).
A fabricante brasileira possui ainda a Visiona Tecnologia Espacial, uma joint-venture entre a Embraer e a estatal Telebras, criada em 2012.
Todas essas empresas poderiam compor algum tipo de combinação com a Boeing, segundo apurou o Meon. Porém, o alcance dessas negociações depende mais dos limites impostos pelo governo brasileiro do que dos interesses das duas fabricantes de avião.
“Onde tem sobreposição deve ter reorganização. Em uma análise econômica simples, é natural que isso aconteça. Não vejo nenhum problema com as parcerias, tudo vai depender de como vai se desenhar isso”, avalia o especialista Shailon Ian, engenheiro aeronáutico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e presidente da consultoria Vinci Aeronáutica,
Ele, porém, acredita que a Visiona ficará fora de qualquer combinação de negócios entre Embraer e Boeing. “Os ativos na área espacial são mais sensíveis e uma negociação fica ainda mais complicada porque é uma joint venture com uma empresa estatal”, disse Shailon. O especialista lembra ainda que a própria Boeing tem restrições para transferência de tecnologia na área espacial, impostas pelo governo americano.
Sem a área espacial no acordo, Shailon acredita que a Boeing e a Embraer vão conseguir desenhar um modelo de associação que terá o aval do governo.
Na última quarta-feira, a Embraer divulgou uma nota ao mercado financeiro informando que uma eventual parceria entre a fabricante brasileira e a norte-americana Boeing deve preservar "antes de mais nada" os interesses estratégicos da segurança nacional.
Jato em Hangar da Embraer
Divulgação
"A Embraer não possui neste momento elementos para manifestar-se sobre as atuais intenções da Boeing, bem como sobre a estrutura que uma potencial combinação de negócios entre as duas sociedades poderia concretamente vir a adotar", diz a empresa na nota assinada por José Antonio de Almeida Filippo, vice-presidente Executivo Financeiro e Relações com Investidores.
"Eventual combinação de negócios com a Boeing deve preservar, antes de mais nada, os interesses estratégicos de segurança nacional e respeitar incondicionalmente as restrições decorretes da ação de classe especial (golden share) constantes do estatuto social da companhia, de titularidade do Governo Brasileiro", afirma a Embraer em outro trecho da nota.
O comunicado foi uma resposta aos questionamentos feitos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagens publicadas por jornais brasileiros, que informavam a inclusão da divisão militar da Embraer no acordo com a Boeing.
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