Maria Edna de Melo Presidente da Abeso
Prefeitura recolheu publicação das escolas
Divulgação
O Ministério Público de São José dos Campos vai instalar um processo administrativo para investigar a divulgação de uma cartilha distribuída aos alunos da escola municipal Maria de Melo, em São José na última sexta-feira (13).
A cartilha ‘A Fantástica Magia dos Alimentos - informações para uma alimentação saudável’ foi questionada pelo MP por supostamente incentivar o bullying contra crianças que sofrem de obesidade infantil.
Em uma tirinha da publicação, uma criança encara o problema com a frase “eu virei um botijão”. Em outa ilustração, uma criança tenta evitar o espelho, que responde: “não se assuste , é você”.
Para o promotor Fausto Junqueira, da Vara da Infância e Juventude, os trechos são indícios de que a cartilha explicitaria o preconceito contra as crianças que sofrem de obesidade infantil.
Maria Edna de Melo Presidente da Abeso
A promotoria agora quer que a prefeitura explique de quem foi a iniciativa de distribuir a publicação.
“Ainda queremos saber se esta é uma cartilha adequada para a idade das crianças que receberam a publicação. Vamos pedir esclarecimentos para a prefeitura e ainda consultar especialistas”, afirma.
Faltou respeito
Para a endocrinologista Maria Edna de Melo, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) faltou respeito por parte da prefeitura ao distribuir as cartilhas aos estudantes.
“As cartilhas para estímulo da alimentação saudável distribuídas pela prefeitura de São José dos Campos explicita o preconceito common sense contra pessoas com obesidade e a superficialidade como o assunto é tratado”, diz.
A associação alerta que as pessoas com excesso de peso são regularmente vítimas de preconceito na família, escola, trabalho e serviços de saúde. O comportamento, ainda de acordo com o grupo, é gatilho para problemas como estresse, ansiedade e isolamento social, o que agrava ainda mais a doença.
“O preconceito ocorre com pessoas em todas as idades, mas é na infância e adolescência que o dano é maior. Assim, é lamentável o fato extremamente agressivo ocorrido com as crianças das escolas municipais de São José que receberam a cartilha mal elaborada”, diz.
Material recolhido
Por meio de nota, a prefeitura de São José afirmou que já recolheu o material e “prestará os esclarecimentos que forem solicitados pela Promotoria da Infância e Juventude”.
A publicação ainda afirma que “a cartilha aborda questões sobre a mudança nos padrões alimentares da sociedade, estimula o consumo e cultivo de alimentos saudáveis e desencoraja a ingestão excessiva de produtos industrializados, por meio de passatempos e leitura dirigida feita com os professores”.
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