Já dura quatro dias a greve de motoboys em São José dos Campos. Desde sábado (11), boa parte dos entregadores joseenses estão parados, sem realizar corridas para empresas de delivery.
De acordo com Elison Roseno de Lima, líder geral das reivindicações, o objetivo da greve é conseguir melhoria nas taxas de entrega pagas aos motoboys.
“Estamos parados desde às 10h de sábado. Tudo aumentou. Supermercado, itens de consumo, gasolina. Menos as nossas taxas de entrega. O que estamos ganhando é abaixo da taxa mínima. Não entra dinheiro sequer para abastecermos”, afirma o profissional.
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As taxas de entrega às quais Elison se refere são valores gerados de acordo com a distância percorrida pelo motoboy até a entrega. O benefício tem como intuito ajudar os profissionais no combustível para corridas posteriores.
O profissional afirmou também que, paralelamente à pauta das taxas de entrega, a greve visa o afim dos “bloqueios sem direito de resposta”.
“Nós realizamos a entrega e a pessoa que recebeu seleciona no aplicativo que a mercadoria não chegou. Com isso, o aplicativo bloqueia nossa conta (do aplicativo), sem direito de resposta da nossa parte, impedindo que possamos retirar o valor ganho no dia. É uma falta de educação que não queremos que aconteça mais”, destacou Elison.
Segundo Elison, o ato é totalmente autônomo e sem apoio de nenhum sindicato, já que os próprios motoqueiros estão parados e a maioria não teria carteira assinada.
“Somos cerca de 230 entregadores. O ato começou com mais ou menos de 60 e agora crescemos. Estamos espalhados pela cidade e evitando que outros pedidos saiam. Queremos alta adesão”, completou.
Em nota enviada à imprensa, as empresas associadas à Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia) afirmaram que “entendem as consequências do aumento do valor dos combustíveis aos seus parceiros e trabalham para ajudar os motoristas e entregadores cadastrados a reduzir seus gastos fixos, embora a variação de preço dos combustíveis fuja do controle das plataformas”. Na nota, a Amobitec afirmou que “em nenhum momento houve a redução de taxas de remuneração dos parceiros, mesmo em um período de instabilidade econômica do país”.
Entre as medidas para auxiliar a reduzir custos estão convênios com postos de gasolina para oferecer desconto aos parceiros dos aplicativos no abastecimento dos veículos, além de parcerias com empresas para oferecer preços especiais em peças, acessórios e manutenção. Além disso, também implementaram, desde o início da pandemia, ações de apoio aos profissionais, como a criação de fundos que somam mais de R$ 200 milhões para o pagamento de auxílio financeiro para parceiros diagnosticados com COVID-19 ou em grupos de risco. A Amobitec representa as empresas IFood, Rappi, Uber, 99 e Bee Delivery, citadas como as principais afetadas com a greve dos motoboys.
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