Weller Gonçalves, da Chapa 1 CSP-Conlutas, comemora vitória
Divulgação
A Chapa 1, da CSP-Conlutas, venceu a eleição para a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, com 65% dos votos válidos. Com a vitória, assume a presidência o atual diretor do Sindicato Weller Gonçalves, de 31 anos. A Chapa 2, ligada à CUT e encabeçada por Eder Andrade, teve 35% dos votos válidos.
A apuração aconteceu nesta quinta-feira (1). Foram registrados 7.063 votos válidos, sendo 4.590 para a Chapa 1 e 2.473 para a Chapa 2. Foram registrados 109 votos brancos e 131 nulos.
Weller deve assumir a presidência do sindicato em maio, quando está prevista a posse da nova diretoria. O vice-presidente eleito é Renato Almeida, trabalhador da GM e atual secretário-geral do sindicato. O atual presidente da entidade, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, ocupará o cargo de secretário-geral na nova diretoria.
Filiado à CSP-Conlutas desde 2004, o sindicato representa cerca de 40 mil trabalhadores de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá. A região de abrangência possui 1.200 fábricas metalúrgicas, entre elas, Embraer, GM, Chery, Avibras e Gerdau.
O presidente eleito Weller Gonçalves tem 31 anos e há 13 anos é metalúrgico. Ele é diretor do sindicato desde 2015 e também coordenador da Secretaria de Saúde e Organização de Base da entidade. Na tarde desta quinta-feira, Weller conversou com o Meon, veja abaixo os principais pontos da entrevista:
Velha Guarda
"Todo mundo me questionava pelo fato de eu ser jovem, ter apenas 31 anos, e o que eu sempre digo é que minha tarefa junto à essa juventude operária é manter o sindicato no caminho da luta, com o que a gente chama da velha guarda, com o companheiro Toninho [Antonio Ferreira], o companheiro Mancha [Luiz Carlos Prates], o companheiro Vivaldo [ Vivaldo Moreira Araújo], que já foram presidentes do sindicato."
Desafio
"O Sindicato dos Metalúrgicos é o principal sindicato da cidade e de todo o Vale do Paraíba, é um dos principais do país. Um acordo de campanha salarial ou um acordo de PLR, celebrado pelo sindicato, injeta dinheiro na economia da região. Por exemplo, a última PLR da GM foi de R$ 16 mil e são cinco mil trabalhadores.
Minha tarefa é manter o sindicato no caminho da luta, no caminho da independência frente aos patrões e independência frente ao governo, em defesa do salário, dos empregos e do direito."
Política
"Neste cenário político e econômico do nosso país é um atraso na consciência você falar pro trabalhador que ele não pode discutir política. É um atraso na consciência das massas.
A terceirização foi aprovada, a reforma trabalhista foi aprovada. Quem votou a retirada dos direitos dos trabalhadores? Os picaretas do Congresso Nacional, principalmente os dos partidos de direita, são os representantes dos empresários. Nós achamos que todos os trabalhadores devem discutir política, inclusive com sua filiação partidária, isso é democrático.
PSTU
Eu digo com muito orgulho: eu sou militante do PSTU. Eu nunca me escondi. Na fábrica onde eu trabalho [JC Hitachi] eu ganhei a eleição com 97% dos votos e todos sabem que sou do PSTU. Então se tivesse alguma crise de o trabalhador ver a gente filiado a algum partido político, eu não teria tido essa votação na fábrica onde eu trabalho. Na nossa chapa, eu sou militante do PSTU, uma boa parcela dos diretores eleitos é militante, mas nós temos também os independentes, que não têm filiação partidária. E a gente tem total respeito com relação a quem não quer ser filiado."
Sindicalização
"É importante destacar que a grande mídia sempre colocou que os sindicatos iriam falir sem a contribuição sindical e, de fato, uma boa parte vai, mas são os sindicatos que dependiam dessa contribuição.
O nosso sindicato sempre foi contra a contribuição sindical. Ficamos dez anos com uma liminar para não descontar esse valor da folha de pagamento. O governo quebrou nossa liminar, as empresas descontavam e a gente devolvia para os trabalhadores.
Nós defendemos que o sindicato tem que viver somente com a contribuição espotânea dos trabalhadores, somos completamente contra a contribuição sindical.
Nós temos 10.500 sócios [da ativa] e nossa meta para o próximo período é fazer uma forte campanha de sindicalização na categoria metalúrgica."
Boleto
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