Por Meon Em RMVale

Metalúrgico da Avibras vota pacote de benefícios a demitidos nesta terça

Empresa acusa sindicalistas de impedirem entrada de trabalhadores

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O presidente do Sindicato dos Metalúrtgicos, Antonio Ferreira, o Macapá, fala a trabalhadores da Avibras

Divulgação

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos apresenta aos trabalhadores da Avibras, em assembleia que será realizada na manhã desta terça-feira (16), um pacote de compensação aos 134 demitidos pela empresa e de estabilidade aos funcionários que permanecem na fábrica.

Segundo o sindicato, além dos direitos garantidos na rescisão, a proposta garante aos demitidos com até dois anos de empresa indenização de dois salários nominais e três meses de cesta básica e do valor do convênio médico; aos demitidos com dois a cinco anos de registro, três salários e três meses de cesta básica e do valor de convênio médico; já que têm mais de cinco anos de empresa poderão receber quatro salários e quatro meses de cesta básica e convênio.  O teto máximo para todos os demitidos é de R$ 18.300.

O acordo inclui  três meses de estabilidade no emprego. A fábrica de Jacareí possui cerca de 1.850 trabalhadores.

“A empresa estava irredutível e acenava com mais demissões.  Este acordo só foi possível graças à mobilização e à paralisação dos trabalhadores”, disse o diretor sindical José Dantas Sobrinho, que participou da reunião com representantes da empresa nesta segunda-feira. As negociações começaram às 10h e só terminaram por volta das 19h.

Os metalúrgicos estavam em estado de greve desde sexta-feira quando a empresa anunciou os cortes.  Na manhã desta segunda-feira (15), segundo Dantas, os metalúrgicos fizeram uma assembleia e decidiram cruzar os braços na tentativa de reverter as demissões.  A paralisação teria afetado 100% da produção.

No final da tarde desta segunda-feira, A Avibras divulgou uma nota declarando que considerou arbitrária a atitude do sindicato, que não teria realizado assembleia e teria impedido a entrada dos trabalhadores na fábrica, por meio de ameaças e constrangimento.

Dantas nega qualquer tipo de constrangimento e disse a paralisação foi aprovada em assembleia. "Os trabalhadores decidiram não entrar na fábrica", afirmou.

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Veja íntegra da nota da empresa:


Nota à Imprensa – 15/01/18 às 17h30

"Na manhã desta segunda-feira, dia 15, em uma atitude arbitrária o Sindicato dos Metalúrgicos declarou estado de greve na Avibras, sem realizar assembleia e impediu a entrada dos colaboradores, fazendo ameaças e causando constrangimento aos nossos trabalhadores.

Durante todo o dia a companhia concentrou esforços para liberar a entrada dos colaboradores e retomar as atividades normais. Ao contrário do que foi divulgado pelo sindicato, a Avibras não abriu qualquer negociação com a entidade para suspender e ou evitar os desligamentos realizados na última sexta-feira, dia 12/01.

A companhia reitera que promoveu uma adequação em seu quadro de colaboradores com o desligamento de 134 funcionários. As demissões necessárias foram realizadas na sexta-feira e não haverá novos desligamentos, exceto casos pontuais, que fazem parte da rotina de qualquer empresa.

Essa reorganização do quadro de pessoal é resultado da sazonalidade de seu modelo de negócios, mas principalmente da reestruturação, da unificação de áreas e do Planejamento Estratégico em implementação, que identificou sobreposição de funções e necessidade de adequação de competências com vistas a gerar maior eficiência e racionalização nos processos produtivos.

A atitude do sindicato de cercear a liberdade dos colaboradores, provocou transtornos aos mesmos que permaneceram em condições inadequadas, expostos a temperaturas elevadas, sem qualquer conforto, aguardando a possibilidade de entrada na empresa. A Avibras entende que deve resistir à tentativa do sindicato em politizar a atual negociação.

Recusamos a clara e declarada intenção do sindicato de usar essa situação para fazer campanha eleitoral, visando as eleições sindicais em fevereiro. A empresa e os nossos colaboradores são as nossas prioridades. A companhia reforça que esteve sempre aberta ao diálogo e tem cumprido tudo que acertou com o Sindicato.

Também reafirma que a readequação se fez necessária para manter a empresa competitiva e assim preservar os empregos da expressiva maioria de seus colaboradores. A empresa continua empenhada no diálogo com o sindicato para que possa retomar as atividades o mais breve possível. "

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