Médico é detido em operação que investiga desvio de dinheiro para combate a pandemia em São Sebastião

Nesta terça-feira (31), o Ministério Público deflagrou a operação Mar Revolto que investiga supostos esquemas de fraude em contratações, corrupção e lavagem de dinheiro durante o enfrentamento à pandemia da Covid-19 em São Sebastião.

Foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em prédios públicos, empresas e até na casa do prefeito Felipe Augusto (PSDB). Além disso, também foram cumpridos mandados em Caçapava, Aracruz (ES) e Vila Velha (ES).

A operação é comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e teve apoio do 3° BAEP (Batalhão de Ações Especiais) da Polícia Militar. Ao todo, 110 policiais militares, 18 promotores de justiça e sete servidores participaram da ação.

Segundo o MP, agentes da operação encontraram munições de arma de fogo no cumprimento de um dos mandados. Neste local, um médico foi detido.

Por nota, a prefeitura de São Sebastião disse que "está colaborando com a ação promovida pelo Ministério Público, nesta terça-feira (31), e espera que toda esta situação seja esclarecida o mais breve possível".

Investigações

Segundo o MP, nos primeiros meses da pandemia, a administração pública de São Sebastião gastou cerca de R$ 20 milhões com serviços, produtos e equipamentos para o combate a Covid-19. Contudo, muitos desses recursos não teriam sido destinados para o devido fim.

Também há indícios de que empresas e agentes públicos podem ter combinado preços e direcionado contratações. Segundo a investigação do MP, algumas contratações teriam sido feitas de maneira informal, inclusive verbal, por valores superiores a R$ 1 milhão.

Além disso, o MP também apurou que a prefeitura contratou estruturas para implantação de dois hospitais de campanha na cidade, mas nenhum deles teriam sido usados e foram desmontados em seguida.