Por Murilo Cunha Em RMVale

Leitores repercutem fim do contrato com a Orquestra Sinfônica

Medida foi anunciada nesta segunda (9) e dividiu internautas

O fim do contrato com a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos, anunciado pelo prefeito Felício Ramuth (PSDB) dividiu a opinião de internautas nas redes sociais. Parte concorda que a medida seja necessária para preservar os cofres públicos, enquanto outra afirma que a administração municipal esteja sendo tratada com descaso.

Segundo Felício, os gastos com a Orquestra são de cerca R$ 2,5 milhões por ano e poderiam ser investidos em outras áreas de maior prioridade.

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Reprodução/Facebook

Por telefone, agentes culturais ouvidos pelo Portal Meon lamentaram a decisão. Para o ex-presidente da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, Alcemir Palma, a prefeitura poderia tentar outros modelos mais baratos de orquestra antes de encerrar de vez o contrato.

“Cancelar eu acho precipitado, porque a cidade perde com isso. Você pode organizar uma orquestra de diferentes formas, talvez uma Orquestra de Câmara... Ele pode estar sinalizando que a cultura, de maneira geral, é algo supérfluo. É um caminho muito estranho”, disse Alcemir.

“Mais uma vez, se considera a cultura e aquilo que pode nos transformar, algo secundário. Não se trata somente de música, mas de estratégias de formação de um povo, de cidadania, de convívio, de respeito. Tudo isso esteve presente em cada um dos concertos ao longo desses anos”, afirmou o psiquiatra Wander Nogueira Filho.

"Que desastre! Que calamidade! Só Deus sabe quando esta cidade voltará a ter uma Orquestra desse quilate" – Roberto Wagner de Almeida, jornalista e escritor

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O músico Raul de Sá afirmou que, no longo prazo, o custo de não investir em cultura pode ser alto demais. “Eu não creio que essa medida vá resolver qualquer problema financeiro da prefeitura. Embargar a cultura dizendo que é coisa deficitária ou supérflua é uma tremenda bobagem. Você tem que dar condições para quem quer aprender músicas, tem que abrir espaços, e não fechar. Você não pode quantificar esses benefícios”, disse.

Em nota, a AFAC (Associação para o Fomento da Arte e da Cultura) se limitou a confirmar o encerramento do contrato e a informar que os contribuintes que destinaram parte do Imposto de Renda 2017 para a organização receberão normalmente o recibo para abatimento do IR. A assessoria de imprensa da prefeitura reafirmou a necessidade de priorizar os investimentos municipais.

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