Por João Pedro Teles e Felipe Kyoshy Em RMVale

Impasse sobre Maninho racha base governista da Câmara de São José

Manobra adiou por 15 dias decisão sobre processo contra o vereador

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Situação de Maninho Cem Por Cento deverá ser definida em duas semanas

Divulgação/CMSJC

A manobra que adiou a decisão da Câmara de São José dos Campos sobre a possível abertura de processo contra o vereador Maninho Cem Por Cento (PTB), acusado de quebra de decoro parlamentar e improbidade administrativa, dividiu a base governista.

O parlamentar é acusado de usar um de seus assessores de gabinete para atividades particulares --o funcionário ficaria, durante o horário de expediente na Câmara, em um balcão de anúncios do jornal que Maninho publica na zona leste da cidade.

A abertura do processo contra Maninho foi recomendada pela Comissão de Ética da Câmara.

Antes da análise do parecer no plenário nesta quinta-feira (8), o vereador usou o microfone para pedir o adiamento da votação por 15 dias, "diante da falta de elementos comprobatórios". Ele ainda alegou ser "vítima de perseguição política".

O pedido de Maninho foi referendado pelo líder do governo na Câmara, José Dimas (PSDB), que também é revisor da Comissão de Ética e havia, um dia antes, assinado o parecer que recomenda a abertura do processo contra o petebista.

O pedido foi aprovado em votação no plenário. Os únicos votos contrários ao adiamento foram dos vereadores do PT: Amélia Naomi, Juliana Fraga e Wagner Balieiro.

“Eu havia votado a favor da investigação para que pudéssemos buscar mais elementos, já que as provas iniciais não são tão contundentes. Acontece que ficamos sabendo de véspera que estávamos nos baseando num regimento antigo, onde a análise voltaria para a Comissão de Ética. Quando o presidente da Casa nos passou que o novo regimento sortearia outra comissão, preferimos dar mais tempo ao Maninho para que ele pudesse se defender”, justificou Dimas.

'Ficou confuso'

A medida, no entanto, gerou mal estar entre outros membros da base governista. O presidente da Comissão de Ética, Lino Bispo (PR), disse que a decisão foi confusa e que surpreendeu os vereadores durante a sessão.

Segundo ele, o futuro do inquérito agora depende do presidente Juvenil Silvério.

“O relatório está na mão dele. Foi uma responsabilidade que ele [Juvenil] puxou para si. Mas, sinceramente, para mim não dá para entender. Não vi a necessidade que fosse encaminhado dessa forma. Não sei, inclusive, se isso tem embasamento jurídico. O que cabia à Comissão de Ética, a gente fez”, disse.

Sérgio Camargo (PSDB), relator do caso de Maninho na Comissão de Ética, seguiu na mesma linha. "Isso [adiamento por 15 dias] não era previsto no Código de Ética. Agora, vamos esperar a decisão do presidente", afirmou.

Com a manobra, o tema deverá voltar à pauta da Casa só daqui duas semanas. Caso o parecer da Comissão de Ética seja aprovado pela maioria dos vereadores, o processo contra Maninho será aberto. A medida pode resultar na cassação do mandato do vereador.

Perfil

Afilhado político do ex-deputado Alexandre da Farmácia (PTB), Maninho Cem Por Cento cumpre o seu primeiro mandato na Câmara. Ele foi eleito com 3.491 votos – o 18º mais votado entre os 21 eleitos para a atual legislatura.

Atualmente, Maninho é alvo de uma investigação no Ministério Público por suposto uso de um assessor de seu gabinete na Câmara, durante horário de expediente, no balcão de anúncios de um jornal que o vereador edita na zona leste de São José.

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