Trabalhadores durante assembleia que definiu o início da greve, nesta quarta (20)
Divulgação/Sintect-VP
Os funcionários dos Correios decidem por início da greve durante assembleia nas unidades das cidades da RMVale, na manhã desta quarta-feira (20), por garantia dos direitos e salários. Não há previsão para retorno das atividades
Segundo o Sintect-VP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos do Vale do Paraíba e Litoral Norte), cerca de 80% dos serviços estão paralisados motivados pelo interesse da empresa em retirar atuais benefícios.
“Estamos desde o dia 8 de agosto tentando iniciar a negociação do reajuste salarial da categoria, mas eles nos atenderam somente no dia 12 de setembro. E a empresa já tinha uma pauta pronta onde retirava benefícios, como uma cobrança fixa e maior do que já pagamos”, diz Moisés Lima, presidente do sindicato na região.
Em abril deste ano, os trabalhadores dos Correios já haviam realizado uma greve geral, reivindicando na época a realização de novos concursos e novas contratações, buscando barrar o projeto de privatização da empresa e o impasse sobre o plano de saúde, que segue como pauta na atual paralisação.
“O salário dos Correios é o menor entre outras categorias e se torna viável apenas por termos alguns benefícios, como o adicional noturno, o vale extra e o plano de saúde, que desde o ano passado eles tentam mudar. Se a empresa não pretende avançar e só retirar, não tem outra alternativa a não ter a paralisação”, afirma o presidente.
Durante toda a manhã, com início das atividades em diferentes unidades, os representantes dos sindicatos devem apresentar a situação aos funcionários e convidar para aderirem a greve.
“Somos mais de 1.300 trabalhadores, começamos a greve pelo Centro de Tratamento de Entrega e Encomenda, em São José, com adesão de 80% da equipe. Mas espero que com esse cenário de retirada de direitos todos participem da paralisação para que os Correios comece a apresentar uma proposta acima do atual ou que permanece o que já temos”, conclui Moisés Lima.
Outro lado
Os Correios se manifestaram por meio de uma nota oficial, enviada às 13h15 ao Meon. Confira abaixo a nota na íntegra:
"A paralisação parcial, iniciada nesta quarta-feira (20) por alguns sindicatos da categoria, não afeta os serviços de atendimento dos Correios. Até o momento, todas as agências, inclusive nas regiões que aderiram ao movimento paredista, estão abertas e todos os serviços estão disponíveis.
Nesses locais, a empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Os Correios informam que o movimento está concentrado na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã de hoje mostra que 93,17% do efetivo total dos Correios no Brasil estão presentes e trabalhando — o que corresponde a 101.161 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.
Em São Paulo Interior, 93,3% do efetivo estão presentes e trabalhando – o que corresponde a 10.388 empregados.
Negociação — As negociações com os sindicatos que não aderiram à paralisação ainda estão sendo realizadas esta semana. Os Correios continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa."
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