Juçara, que é uma das frutas nativas da Mata Atlântica, bastante semelhante ao açaí, pode ser o próximo ingrediente a ser utilizado na alimentação escolar em Paraibuna, onde alunos da rede municipal, já fizeram um teste de aceitabilidade do pão de juçara, realizado pela diretoria municipal de Educação, mas apesar da boa aceitação, a receita ainda não foi introduzida no cardápio.
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Atualmente, no município, já são servidos os sucos de cambuci, uvaia e araçá boi; em Caraguatatuba, Natividade da Serra e Salesópolis, os alunos já consomem o suco de cambuci e, em Ubatuba, o picolé e o suco de juçara já fazem parte do cardápio.
O consumo dessas frutas é incentivado pelo projeto Frutas Nativas da Mata Atlântica no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), realizado pelo Instituto Regenera, em parceria com o Instituto H&H Fauser, Mombora e Instituto Fronteiras do Desenvolvimento, com apoio da TNC Brasil (The Nature Conservancy).
“A gente já havia incluído na alimentação escolar os sucos de cambuci, a uvaia e o araçá-boi que são frutas típicas da Mata Atlântica, compradas diretamente dos produtores rurais do município, por meio do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf)”, explica a diretora municipal de Educação/ de Paraibuna, Maria Benedita de Souza Rodrigues Santos.
Com isso, segundo ela, além de proporcionar a introdução de receitas mais saudáveis na alimentação dos alunos, a iniciativa também é uma forma de incentivar a economia do município, com a compra direta dos produtores locais, agregando valor e renda à sua atividade.
A diretora da TNC, Adriana Kfouri afirma que um dos próximos passos é viabilizar junto ao PNAE para que a compra dessas frutas não necessariamente seja feita “in natura”, mas também delas processadas em forma de produtos. “Com isso vamos trazer ainda mais pessoas para essa cadeia, beneficiando tanto os alunos como os empreendedores locais”, ressalta.
Benefícios nutricionais - “A utilização das frutas nativas da Mata Atlântica, não só desencadeia o enriquecimento nutricional na alimentação escolar, mas também promove e incentiva a produção dessas frutas, para trazer benefícios econômicos e ambientais para o ecossistema”, explica Daniella Rabello, do Instituto Regenera.
O enriquecimento nutricional é proporcionado pelo alto teor de antocianinas, substância responsável pela cor roxa das frutas maduras, e ácidos fenólicos, que são antioxidantes que protegem as células combatendo os radicais livres, prevenindo assim o surgimento de diversas doenças. Além disso, estudos recentes indicam que o juçara pode ser usado também no tratamento da obesidade.
“O pão de juçara tem menos sódio e carboidratos e mais fibras e proteína do que o pão tradicional, o que ajuda no crescimento, na melhora das funções cognitivas e no sistema imunológico, ajudando no trânsito intestinal, regulando os níveis de colesterol, combate o sobrepeso e a obesidade”, explica a nutricionista da prefeitura de Paraibuna, Aline Santos.
Dimensão - Em 2021, segundo um levantamento sobre a situação das frutas nativas da Mata Atlântica no Vale do Paraíba, realizado conjuntamente pelo IHHF e pela TNC, constatou-se que 50% da produção estão em Paraibuna, sendo cerca de 200 toneladas/ano somente de cambuci. Do total de produtores, 71% ainda não comercializam as frutas, resultando numa perda de 60% da produção, o que significa a existência de um grande potencial para o mercado consumidor.
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