As 75 famílias que ocupam uma área pública no bairro do Jaguari, zona norte de São José dos Campos, recorreram da ordem judicial para reintegração de posse e afirmam que não vão deixar o local. A Justiça deu prazo de cinco dias para os moradores deixarem o local.
A reintegração de posse foi solicitada pela Prefeitura de São José dos Campos. A notificação foi entregue às famílias pelos oficiais de justiça no início da manhã desta quinta-feira (17).
As famílias ocuparam o terreno, batizado por eles de Coletivo Terra Boa, no final de 2015.
O desempregado Evaldo Medeiros vive com a família no assentamento há um ano e seis meses, afirmou que a ida do oficial de justiça e da Polícia Militar para entregar a notificação foi um momento constrangedor. “Todo mundo viu a gente passar vergonha. Queremos um pouco de dignidade, queremos o direito de morar na terra, não queremos um prédio da CDHU, só queremos a terra e a chance de emprego”, disse o morador.
Medeiros se mudou com a mulher e quatro filhos para São José dos Campos em 2016. Ele disse que deixou o Rio de Janeiro para fugir da violência. "Estamos em busca de um trabalho em São José e até hoje não conseguimos. Então, vivemos do Bolsa Família e doação, mas não queremos depender de ajuda, queria conseguir a oportunidade de trabalhar para sustentar os meus filhos. Tenho três profissões e não consigo emprego porque não tenho um endereço fixo”, contou emocionado o morador do assentamento.
Outro morador da ocupação Rogério da Silva, que trabalha na Urbam (Urbanizadora Municipal) há oito anos, disse se mudou para o Coletivo Terra Boa após ser despejado de uma escola estadual onde também trabalhava como caseiro.
“O Estado deu uma ordem de despejo e tivemos que sair da escola em cinco dias, mas não tínhamos para onde ir e não dá para pagar aluguel e alimentar os filhos. Soubemos do terreno e viemos ocupar aqui também, agora a Prefeitura quer retirar a gente daqui também, mas para onde vamos?”, questionou.
Prefeitura
A reintegração de posse foi solicitada pela Prefeitura de São José dos Campos à Justiça no último dia 10 de maio, com pedido de liminar. Questionada pelo Meon sobre o apoio social que será dado às famílias, a administração não se manifestou.
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