Por Meon Em RMVale

Família contesta morte encefálica de criança espancada por padrasto

Óbito foi declarado neste domingo. Mãe da criança também está presa; família já era acompanhada pelo Conselho Tutelar de São José

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Pronto Socorro do Hospital Municipal de São José; onde menino agredido está internado

Arquivo/Meon



A família do menino espancado pelo padrasto, em São José dos Campos, contesta a morte encefálica declarada pela Secretaria da Saúde neste domingo (5).  A criança de 3 anos foi internada em estado gravíssimo na última sexta-feira (3).

Segundo um parente entrevistado pelo Meon, a criança continua em aparelhos e passará por novo exames. O padrasto, de 18 anos, e a mãe, de 21, estão presos desde a última sexta-feira. A mulher está grávida.

A família não acredita no diagnóstico alegando que o hospital já cometeu um erro e pode ter cometido outro. Quando o menino foi internado, por volta das 15h de sexta-feira, a médica que o atendeu chegou a declarar o óbito, porém o diagnóstico foi contestado por outro médico, que comprovou que a criança estava viva.

“A própria polícia que estava fazendo o BO [boletim de ocorrência] por homicídio e teve que alterar tudo porque  a médica estava errada. A avó acredita que ele continua vivo e está reagindo. Vamos aguardar um novo laudo”,  disse o familiar da criança, que pediu para não ser identificado.

Procurada pelo Meon, a Secretaria da Saúde mantém a declaração de morte encefálica, mas confirmou que o garoto permanece internado e ligado a aparelhos. A pasta não quis comentar as declarações da família.

O garoto passou por cirurgia no final da tarde de sexta-feira e, segundo o hospital, o estado dele é gravíssimo. Ele permanece internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Na madrugada deste domingo, a equipe médica declarou a morte encefálica da criança.

A agressão
Segundo informações de um familiar ao Meon, o padrasto teria começado a agredir a criança porque ela não parava de chorar. O menino teria convulsionado e foi levado pelo padrasto à UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Putim, na zona sudeste de São José.

A unidade encaminhou a vítima para o Hospital Municipal, na Vila Industrial, na zona leste, e obrigou o padrasto a acompanhar a criança. Chegando ao hospital, a equipe médica constatou que o menino estava com traumatismo craniano, várias fraturas e hematomas pelo corpo.

O hospital acionou a polícia e o Conselho Tutelar, que prendeu o padrasto em flagrante. A mãe foi presa horas depois, quando chegou ao hospital para ver o filho. Ambos teriam confessado à polícia que agrediam a criança.

Segundo o familiar ouvido pelo Meon, a criança já era acompanhada pelo Conselho Tutelar porque havia suspeitas de maus-tratos frequentes.

Os dois acusados passaram por audiência de custódia na manhã de sábado. A Justiça encaminhou a mãe para a cadeia feminina de  Caçapava e o padrasto para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de São José, no Putim. Ele vai ficar no setor de triagem até ser transferido para uma cela de segurança em Tremembé, na próxima semana.

 

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