Por Meon Em RMVale

"Estão entregando a Embraer de mão beijada", afirma sindicato dos metalúrgicos de São José

Embraer e Boeing fecharam o acordo de fusão das empresas; negociação passará por avaliação do Governo

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O acordo prevê que a Boeing deterá 80% de participação na joint venture pelo valor de US$ 4,2 bilhões

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Após o anúncio do fechamento do acordo entre a Embraer e Boeing nesta segunda-feira(17), o Sindicado dos Metalúrgicos (Sindmetal) de São José dos Campos emitiram um comunicado de repúdio a negociação. A principal crítica é que o acordo não se trataria de uma joint venture, mas sim uma aquisição.

De acordo com o Sindmetal, operação não poderia acontecer porque uma empresa de capital aberto (Embraer) não pode se juntar a uma de capital fechado (a Boeing, no Brasil). “Nós entramos com um processo na justiça porque acreditamos que não é uma fusão (join venture), estão comprando, entregando a Embraer de mão beijada”, afirma Herbert Claros, diretor do Sindmetal.

O acordo prevê que a Boeing deterá 80% de participação na joint venture pelo valor de US$ 4,2 bilhões. A proposta ainda passará pela aprovação do Governo, conselho de acionistas e autoridades regulatórias internacionais.

Embraer e Boeing aprovam fusão e aguardam aval do governo

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Outra crítica é justamente referente ao poder de decisão da Embraer na nova empresa. De acordo com o sindicato, não há garantia de que os empregos serão mantidos. Para o Sindmetal, a qualquer momento a produção dos aviões poderia ser transferida para os Estados Unidos, como teria acontecido com o avião Phenom.

“Houve a demissão de 70 pessoas semana passada. Nós questionamos a Embraer e a Boeing se eles podem garantir os empregos e não há garantia”, afirmou Herbert.

A negociação prevê que a empresa americana terá o controle completo da nova empresa, que responderá diretamente ao presidente e da Boeing. Por nota, a Embraer afirmou que terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil.

Para o sindicato, a negociação fere a soberania nacional e que a Embraer corre risco de se desfazer. “O Bolsonaro já disse que é a favor da negociação. Não esperamos nada do próximo governo. Nos resta recorrer a uma decisão judicial”, afirmou Herbert.

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