Ex-Ministro dos Esportes fala sobre Embraer e propostas para RMVale
Leonardo Gonzaga/Meon
O pré-candidato a presidência nas Eleições 2018, Aldo Rebelo (SD), questionou as negociações entre a companhia de aviação joseense Embraer e a norte-americana Boeing, em visita à Câmara dos Vereadores de São José dos Campos, na tarde desta terça-feira (15). Além disso, o presidenciável apontou ideias da campanha para a RMVale.
Durante a entrevista, Rebelo fez uma série de críticas à negociação que, segundo ele, pode jogar fora 60 anos de evolução da Embraer. Para ele, apesar do acordo estar sendo realizado de forma restrita, o governo deve estar acompanhando todos os passos junto com a aeronáutica.
“A Embraer é nossa e é muito valiosa. A minha preocupação é que não sejam tomadas decisões erradas. O que está sendo feito? Como é o acordo? Isso pode jogar toda a história da empresa fora. É um acordo comercial, tento ficar informado, mas sempre desconfiamos de tudo. Alugar é uma coisa, comprar é outra. Isso deve ficar claro para todos”, afirma Aldo Rebelo.
De acordo com o candidato do partido de centro-esquerda, a única área do país onde há superávit com frequência é na aviação. “No Brasil só se salva a Embraer. Dinheiro se faz vendendo avião, mas não dá para avaliar o conhecimento que os profissionais da empresa tem. Saber fazer avião vale quanto? Vale muito. Foi preciso construir o ITA, que é uma escola de conhecimento avançado para conseguir chegar a esse nível”, completa.
RMVale
Questionado sobre como a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte será beneficiada com sua possível eleição, Aldo Rebelo conta que a ideia é investir nas indústrias e em tecnologia, que é o que deu certo. “Precisamos apostar no que deu certo. Avançar o que deu certo. O Parque Tecnológico da cidade, apesar de funcionar, ainda é uma promessa. Todas as indústrias representam uma avaliação que não existe. O conhecimento nós já temos, precisamos valorizá-lo”, diz.
“A grande vocação do Vale do Paraíba são as indústrias. Temos que investir na indústria de defesa, na aeronáutica, no conhecimento, em todos que se articulam em torno disso. Temos que apostar e desenvolver nisso”, explica o pré-candidato.
Previdência e desigualdade
Ainda na entrevista, o presidenciável do Solidariedade acredita que a Reforma da Previdência, projeto do governo Michel Temer (PMDB), deve ser estudada para não aumentar a desigualdade que, na concepção dele, é um dos principais problemas no país.
“Não se pode fazer uma reforma para jogar nas costas dos mais fracos. E aqueles que ganham o teto acima do teto? Que recebem auxílio-moradia? Eles vão ser afetados pela Reforma? Eu acredito que os critérios ainda precisam ser discutidos. Precisamos remover obstáculos para não perdermos empresas para o Paraguai, para a China. Os trabalhadores precisam ser ouvidos”, conta.
A desigualdade é um dos pontos mais martelados pelo presidenciável, que é uma das principais propostas da sua campanha eleitoral. “Aqui em São Paulo existem escolas com mensalidades de R$ 15 mil, enquanto nas áreas mais periféricas de outros estados no Norte, há salas de aula com colchões para professores dormirem e em região ribeirinhas. Isso é um problema que se arrasta por muitos anos e precisamos melhorar”, afirma.
Corrida eleitoral
Segundo a última pesquisa divulgada pelo CNT/MDA, o ex-Ministro dos Esportes Aldo Rebelo não consta entre os principais pré-candidatos com votação abaixo dos 1%. Para ele, a ideia é fomentar o debate entre os principais candidatos. “Eu não quero ser o melhor do debate, mas fazer que o debate seja melhor com a minha presença. Sei que tenho chances mínimas de conseguir algo, mas a ideia é influenciar os principais presidenciáveis para que minhas concepções sejam ouvidas”, completa.
Aos 62 anos, Aldo Rebelo já foi Ministro da Defesa do Brasil, Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministro dos Esportes durante o governo Dilma Rousseff (PT). Na gestão Lula, Rebelo foi Ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais do Brasil. O pré-candidato foi parte do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) de 1977 a 2017, quando decidiu mudar para o PSB (Partido Socialista Brasileiro). Em 2018, decidiu ser presidenciável pelo Solidariedade.
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