Por Meon Em RMVale

Em audiência, sindicato diz que acordo Embraer-Boeing é prejudicial

Evento aconteceu no Senado; sindicalistas temem fim da fábrica de S. José

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O senador Paulo Paim (centro) e o sindicalista Herbert Claros (dir) na audiência

Divulgação

Em uma audiência pública realizada pelo Senado na tarde desta segunda-feira (2), sindicalistas e parlamentares discutiram os possíveis impactos de uma eventual venda da Embraer para a Boeing. O encontro começou às 15h e durou cerca de 40 minutos.

No final do ano passado, a Embraer anunciou que estava em negociação com a gigante norte-americana, mas até agora não revelou qual o formato do acordo em discussão --se será uma joint venture, uma fusão, venda parcial ou outro tipo de negócio.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos considerou a audiência muito positiva. Segundo Herbert Claros, vice-presidente da entidade, o evento foi importante porque rompeu o silêncio que tem tido no meio político em relação ao tema da Embraer e porque promoveu um debate sério, apesar de a fabricante brasileira ter se recusado a comparecer ao debate.

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A audiência foi proposta e conduzida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que afirmou ter convidado para o debate os ministérios da Defesa, da Casa Civil e da Ciência e Tecnologia. Os ministérios não enviaram representantes.

Durante a audiência, Herbert disse que a venda da Embraer pode gerar riscos para os empregos dos funcionários da empresa e para a segurança nacional. Ele estima que em cerca de 10 anos a Embraer poderá ser fechada, caso a negociação com a Boeing seja concluída. A Embraer emprega cerca de 18 mil trabalhadores.

“Essa audiência foi importante para mostrar para sociedade que a Embraer tem responsabilidade de cunho social, pois era uma empresa estatal e continua recebendo dinheiro público, e por isso tem, sim, que comparecer aos debates de audiência pública”, disse Herbert.

O sindicalista também relatou que, por meio de financiamentos do BNDES, medidas de isenção de folha de pagamento e outros incentivos, o governo brasileiro teria contribuído com cerca de US$ 24 bilhões com a Embraer nos últimos oito anos.
Também participaram da audiência diretores dos sindicatos dos metalúrgicos de Botucatu e de Araraquara.

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