Nesta quarta-feira, 3 de junho, é celebrado o dia mundial da bicicleta, meio de transporte que vem ganhando destaque nos últimos tempos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a defender o uso da bicicleta como meio de transporte durante a pandemia, para atividades essenciais.
Segundo a publicação “Moving around during the COVID-19 outbreak”, de 29 de abril, do escritório europeu da OMS, as cidades estão introduzindo medidas para limitar os contatos físicos, prevenir e desacelerar a pandemia. Entretanto, algumas pessoas ainda precisam se deslocar para realizar atividades essenciais, como ir ao trabalho. Orientando para que, sempre que possível, a população opte por andar de bicicleta ou caminhar. Isso porque, além de garantir distanciamento físico, essas opções tratam-se de atividades físicas.
“A fim de reduzir a chance de contágio pela COVID19, a bicicleta se mostra como uma boa alternativa ao uso do transporte público, por exemplo. E isso, seja durante o trajeto em si, seja durante a própria espera do ônibus num terminal ou ponto, pois são locais que tendem à aglomeração. E, como se sabe, o Estado não tem sido eficiente em controlar/minimizar este tipo de situação que potencializa a transmissão do vírus. Além do mais, a bicicleta – usada para ir ao trabalho ou aos deslocamentos essenciais como o abastecimento da casa – acaba também se traduzindo numa benéfica atividade física em tempos de maior confinamento necessário por conta da pandemia”, comenta Federica Giovanna Fochesato, integrante do Coletivo Ciclistas de SJC.
Ela destaca, porém, que o coletivo defende que o momento não é para uso da bicicleta como lazer nem prática esportiva. “Defendemos o posicionamento de que isso ajuda a contribuir com a circulação/contágio do vírus e, além do mais, minimizar riscos (evitar acidentes) é essencial neste momento de pandemia para que não se tenha que recorrer ao PS/SAMU/SUS. Afinal, ‘passeando’ por aí... a toa.... estamos mais vulneráveis à uma queda/acidente”, relata.
Federica conta que o uso de bicicletas como meio de transporte traz uma série de benefícios, tanto individuais, como coletivos. Quem faz uso do equipamento tem benefícios na saúde física e mental, por exemplo. Em relação a coletividade, usar a bicicleta impacta em benefícios para saúde pública, ajuda a reduzir a emissão de poluentes e ajuda a democratizar o espaço público.
“Logo, do solo ao ar, passando ainda pela redução dos onerosos acidentes de trânsito que custam vidas e muitos recursos dos cofres públicos, o ir e vir de bicicleta se traduz numa mobilidade urbana mais democrática, mais inclusiva e menos impactante ao meio ambiente”.
A ciclista comenta, entretanto, que nem todas as pessoas contam com infraestruturas cicloviárias para realizar os deslocamentos de bike, “principalmente as populações mais periféricas”.
Segundo o site do ITDB Brasil (Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento), um estudo de 2019 revelou que, “4 em cada 5 pessoas moram distante das vias destinadas às bicicletas nas capitais brasileiras. Este dado é mais preocupante para as pessoas de baixa renda, que encontram-se ainda mais longe”.
“Se a cidade já estivesse devidamente bem equipada de uma malha cicloviária, certamente, mais pessoas poderiam estar aderindo à bike, com mais força, neste tempo de pandemia e, assim, protegendo-se não apenas a si próprias como a outras do seu entorno também”, comenta Federica.
De acordo com a Pesquisa Origem e Destino, realizada em São José dos Campos entre abril e setembro de 2011, as viagens diárias de bicicleta em São José dos Campos somavam 41.990. Sendo a bicicleta o quarto modo de transporte mais utilizado na cidade, perdendo apenas para o automóvel, transporte de passageiros e viagens a pé.
Ainda de acordo com a pesquisa “A participação das viagens de bicicleta na cidade corresponde à média nacional para municípios do mesmo porte, segundo dados da ANTT”.
“A Prefeitura de São José incentiva o uso de transporte sustentável, tem aumentado a oferta desses modais e se preocupa com as melhores condições para os usuários. No início de 2017, a cidade possuía 79 quilômetros de malha cicloviária e atualmente são mais de 110 quilômetros, distribuídos em todas as regiões de São José”, informou a prefeitura.
Segundo a prefeitura, estão sendo realizadas as obras da ciclovia do DCTA / Avenida dos Astronautas, que terá 6 quilômetros de extensão; e a do complexo viário do Arco da Inovação, que terá 3,3 quilômetros. Além disso, está prevista a construção da ciclovia da Via Jaguari, com 4 quilômetros, e outros projetos.
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