Por Marcus Alvarenga Em RMVale

Denúncia aponta influência política no favorecimento de funcionários

Servidores indicam irregularidades em transferências do Clínicas Sul

Clínica Sul sjc

Organização Social assume gestão da Clínicas Sul em dezembro

Divulgação

Funcionários do Clínicas Sul, em São José dos Campos, denunciam uma suposta influência política na transferência dos servidores após a concessão do prédio à OS Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, assinada na última sexta (24) pelo prefeito Felicio Ramuth (PSDB).

De acordo com a denúncia, servidores com relacionamento próximo a políticos da cidade receberam preferência de escolha e até mesmo antecipação na transferência. Todos os 320 funcionários que trabalham no hospital atualmente serão distribuídos entre outra unidades de saúde do município.

“Eles combinaram que apresentariam todas as vagas e horários disponíveis em outras unidades e que a escolha seria feita por ordem de matrícula no funcionalismo público. Só que estamos sabendo que existem pessoas que estão saindo sem passar por esse trâmite”, conta uma funcionária pública, que prefere não se identificar por medo de retaliação.

De acordo com as informações apresentadas pelos denunciantes, entre os políticos que estão favorecendo funcionários estão o Secretária de Saúde, Oswaldo Kenzo Huruta,  e a vereadora Dulce Rita (PSDB).

“Temos o caso de uma enfermeira que foi para a Vigilância Epidemiológica. Ela teve indicação do próprio Secretário de Saúde, pois ela trabalhava com a mulher dele e possui uma relação próxima com o casal”, conta a denunciante, que cita outras pessoas favorecidas.

Vereadora Dulce Rita (PSDB) e secretário Oswaldo Huruta estariam favorecendo servidores

“O mesmo acontece com outras duas enfermeiras, que estão com vagas reservadas no Famme (Fundo de Assistência Médica Medicamentosa), e uma do administrativo, que já foi para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de São Francisco Xavier. Além de outras duas que comentaram que a vereadora Dulce Rita teria ajudado a conseguir uma vaga na unidade desejada. Essas e outras pessoas têm matrículas diferentes e não estão seguindo a ordem, passando na frente de outros funcionários”, explica.

Os denunciantes ainda apontam que buscaram apoio do SindServ (Sindicato dos Servidores Municipais), mas que houve apenas três reuniões com os funcionários sem esclarecimentos sobre as mudanças ou algum respaldo para o cumprimento do acordo.

“O sindicato infelizmente é comprado. Entramos na briga com eles e se propuseram a nos ajudar, mas parece que abandoaram o barco no caminho. Não ficaram junto com a gente para nos defender”, reclama.

Outro lado

Por telefone, a vereadora do PSDB nega a acusação e declara que não tem autoridade para realizar interferência na decisão da Secretaria de Saúde e que vai acompanhar esse processo de mudança.

“Eu não prometi nada para ninguém. A definição é exclusivamente do secretário porque eu não tenho capacidade e interferência. Eles que sabem das necessidades”, diz.

“Os funcionários, enfermeiros e médicos vão ser redistribuídos, o que vai reforçar as unidades que estão mais desfalcadas. Tenho muitos conhecidos e amigos dentro da Clínica Sul e vou falar diretamente com eles para acompanhar esse caso e acusações de perto”, declara Dulce Rita.

O Secretário de Saúde, Oswaldo Kenzo Huruta, foi procurado, mas não atendeu aos telefonemas do Meon. Entretanto, a assessoria de imprensa, por meio de uma nota oficial, respondeu que as mudanças ainda devem vir a ocorrer com apoio do sindicato.

“Desde o início do processo de terceirização do Hospital de Clínicas Sul a Prefeitura mantém um canal aberto de comunicação com os servidores, inclusive com intermediação do Sindicato dos Servidores Municipais. Em respeito à categoria, o processo de remanejamento dos servidores para outras unidades da Prefeitura vai ocorrer de forma clara e transparente, respeitando a necessidade da rede para melhor atender aos usuários”, diz a nota. 

Já o Sindicato dos Servidores defende que a transferência seja realizada com preferência para as matrículas mais antigas. De acordo com a diretora Maria Zelita Ramos, o processo ganha mais transparência desta forma.

“O ideal para o sindicato é que sejam abertos concursos públicos. Mas como a terceirização é uma realidade, nós damos preferência sempre ao critério da matrícula, que privilegia os servidores com mais tempo de casa e não dá brechas para essas acusações”, diz.

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Histórico

O Hospital de Clínicas Sul, antiga UPA do Parque Industrial, foi inaugurada pelo ex-prefeito Joaquim Bevilacqua em 25/07/1981. A unidade foi reformada e ampliada, transformando-se em Hospital no ano de 2004. Atualmente, o hospital possui um total geral de 63 leitos, sendo 44 leitos de enfermaria (34 adultos e 09 pediátricos) e 19 leitos para observação (14 adultos e 05 pediátricos). Possui um total de 300 servidores, sendo 53 médicos, 14 enfermeiras (os) e 118 demais servidores da área de enfermagem.

Em 2010, o Hospital de Clínicas Sul realizou um total de 163.850 atendimentos, uma média de 132.654 atendimentos por mês, sendo 125.961 na área adulta (Média de 10.497/mês), 35.848 na área pediátrica (Média de 2.987/mês) e 2041 atendimentos no Ambulatório de Pequenas Cirurgias (Média de 170/mês).

(Fonte: Site da Prefeitura Municipal de São José dos Campos http://www.sjc.sp.gov.br/secretarias/saude/hospital_clinicas_sul.aspx)
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