No próximo ano letivo serão destinadas 140 vagas para alunos bolsistas e 40 vagas para pagantes
Divulgação
Em 24 horas, a carta aberta dos ex-alunos do Colégio Embraer de São José dos Campos conseguiu mais de 500 assinaturas nas redes sociais. O grupo é contra à decisão do Instituto Embraer de cobrar mensalidade de 20% dos alunos pagantes e defende a manutenção do ensino exclusivamente a alunos de escolas públicas.
A partir de 2019, das 200 vagas oferecidas pelo colégio anualmente, 160 serão destinadas a alunos bolsistas e 40 para pagantes. Os ex-alunos acreditam que os estudantes da rede pública vão perder a oportunidade de transformar suas vidas através da educação, perdendo as vagas pra alunos pagantes.
O grupo de ex-estudantes defende a gratuidade de 100% das vagas e afirma que a mudança vai contra os princípios que originaram a instituição, e que 40 adolescentes vão perder o direito de estudar em um colégio de excelência. O objetivo dos ex-alunos é alertar a comunidade sobre a mudança e promover um diálogo com o Instituto para reverter essa situação.
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“Toda minha trajetória estudantil, desde o ensino fundamental, dependeu de projetos sociais pra acontecer porque minha mãe não tinha um centavo pra gastar com educação e estudar era a única saída pra romper o ciclo de opressão que via na minha família e para poder ser uma mulher independente financeiramente no futuro”, contou a estudante de História da USP, Livia de Brito Arruda, de 22 anos, que se formou no Colégio Embraer em 2013.
“São 40 sonhos destruídos e são estudantes que provavelmente não vão ter a oportunidade de fazer um curso superior. Eu, por exemplo, fui a primeira da minha família a sair de casa para fazer faculdade, e não seria possível sem o Colégio Embraer”, relatou Beatriz Cristina, de 18 anos, que se formou em 2017 no instituto.
A estudante Juliana Laurindo contou que cursar o ensino médio em uma das melhores escolas do país de forma gratuita deu toda a base necessária para ser aprovada nos vestibulares e cursar o ensino superior em uma Universidade Federal. “Essa oportunidade sem dúvida alguma transformou meu destino, assim como de muitos outros ex-alunos”, finalizou Juliana.
Os ex- alunos pretendem continuar divulgando a carta para coletarem mais assinatura e entregar o documento para colégio e ao instituto Embraer
Outo lado
Procurada pelo Meon, o Instituto Embraer informou que o projeto continua sendo de caráter social e que vai manter 100% de gratuidade aos candidatos que concorreram às 160 vagas dedicadas a jovens de baixa renda proveniente de ensino público da região. A instituição esclareceu que a cobrança não vai gerar receita (lucro) e nada muda para os atuais 600 alunos que já estão no colégio, divididos pelos três anos do ensino médio.
“De forma complementar e com o objetivo de ampliar a capilaridade do seu impacto social, o Instituto Embraer vem disseminando sua proposta pedagógica de ensino integral e multidisciplinar na rede pública. A ação contempla parcerias com secretarias de educação para contribuir com a formação de professores, para compartilhar a metodologia pedagógica dos Colégios, bem como auxiliar a implementação do ensino integral na região. A ideia é que os Colégios, além de centros de excelência, sejam um espaço para o desenvolvimento de práticas educacionais e de colaboração na formação de educadores”, informou a Embraer através de nota.
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