Manifestantes pediam que área virasse parque municipal
Pedro Ivo Prates/Meon
O protesto realizado neste domingo (11) que reuniu cerca de 200 pessoas contrárias ao corte de 430 árvores do Bosque da Tívoli contou com o apoio de grande parte dos vereadores de São José.
Parlamentares das bancadas de situação e de oposição estiveram presentes na avenida. O tema já havia sido discutido em sessões de Câmara recentes.
Wagner Balieiro (PT), Rogério Cyborg (PV), Dulce Rita (PSDB), Sérgio Camargo (PSDB) e Walter Hayashi (PSC) estiveram no protesto organizado pelos moradores.
A ideia, de acordo com Cyborg, é mostrar que a causa não tem partido e que conta com o apoio do Legislativo.
“Vamos apoiar no que for preciso. Aqui estamos todos pelo bem da cidade. É importante afirmar que esta ação da construtora não passou pelo Comam (Conselho Municipal do Meio Ambiente), que normalmente é consultado nesses casos”, diz.
Já o vereador Wagner Balieiro questionou a forma como a compensação das árvores que seriam derrubadas pela obra foi realizada pela construtora.
“Não tem o menor cabimento o empresário fazer a compensação em uma área completamente rural que, inclusive, é de propriedade dele. E tem mais, quem vai entrar lá e se certificar que foram plantadas as árvores que ele diz que plantou?”, questiona.
Palanque
A presença dos parlamentares, no entanto, desagradou parte da organização do evento e das pessoas que foram à Tívoli protestar contra o corte das árvores.
A reclamação era de que os políticos estariam utilizando o movimento como palanque para pegar carona em uma pauta popular.
Quando foi proposto, ao microfone, que o abaixo assinado promovido pelos participantes fosse entregue na Câmara de São José, uma das organizadoras do evento, Andrea Luswarghi, foi contrária.
“Nós quem fizemos esta manifestação, que passamos a noite preparando cartazes. O abaixo assinado será entregue no Vicentina Aranha, como já havia sido combinado. Nós somos muito gratos ao apoio da Câmara, mas não queremos que isso vire palanque político”, disse, também ao microfone.
Entenda o caso
No bosque, a empresa Fênix, ligada ao Grupo Marcondes Cesar, pretende construir um estacionamento. A área conta com de 8,4 mil m² e conta com 274 árvores adultas e 156 árvores exóticas.
A derrubada das árvores teve início em 26 de fevereiro. O corte foi autorizado pela Cetesb, mas a obra foi paralisada no dia 27 por ordem da prefeitura.O terreno possui uma grande diversidade de aves, como tucano , jacu, cambacica , bem-te-vi , sanhaço, sabiá (laranjeira , do campo e do peito branco ), fim-fim, suiriri , saíra amarela , gavião e beija flor.
Na quinta-feira (8), uma comissão de moradores foi recebida por vereadores na Câmara de São José dos Campos. Pelo menos seis parlamentares manifestaram apoio e se comprometeram interceder em defesa da área verde da Vila Betânia.
Um deles é o vereador Sérgio Camargo (PSDB), que nesta sexta-feira (9) conseguiu uma liminar na Justiça barrando o corte das árvores.
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