Por João Pedro Teles Em RMVale

Câmara de Taubaté coleciona notas de repúdio contra polêmicas na arte

Nudez e exploração de imagens religiosas estão na mira dos vereadores

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Só em outubro foram três moções repudiando instalações e performances

Divulgação/CMT

Os debates sobre limites da arte, que ganharam os ringues das redes sociais nos últimos meses, foram parar na Câmara de Taubaté. Vereadores propuseram, somente em outubro, três moções de aplauso ou de repúdio a artistas e museus do Brasil e exterior.

Na sessão desta segunda-feira (23), a Câmara aprovou o requerimento de moção de aplauso, feito ao Museu do Louvre, em Paris, após o espaço cancelar a exibição da peça Edukator, que ficaria exposta a partir do dia 19.

A peça pertence ao atelier Van Lieshout, da Holanda, e retrata, segundo o atelier, a copulação de uma forma abstrata, com linhas contemporâneas.

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Na mesma sessão, o vereador Dentinho (PV) apresentou uma moção de repúdio ao artista Antônio Obá, finalista do prêmio PIPA, um dos mais relevantes da arte nacional. A moção refere-se à performance Atos da Transfiguração, no qual o artista, nu, rala uma imagem de Nossa Senhora de gesso para, depois, se ‘banhar’ com o pó que sobra da ação.

Esta foi a segunda menção de repúdio do vereador. A outra, enviada ao plenário no dia 18, foi contra a performance “La Bête”, apresentada no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, na qual o coreógrafo Wagner Schwartz permanece nu, sendo que os convidados podem, se quiserem, interagir com o artista.

Repúdio

De acordo com Dentinho, as moções realizadas por ele têm como objetivo promover a discussão para o que define como afronta à família e à Igreja Católica.

“Também fiz parte de uma assinatura, em conjunto, de uma moção contrária à exposição Queermuseu. Todas essas que citei ou adiantam uma sexualidade precoce para crianças, ou denigrem imagens da religiosidade, o que é crime previsto em lei. Sou totalmente contrário a essas performances, no meu conceito, isso não é arte”, diz.

Já a vereadora Vivi da Rádio afirma que o problema, de acordo com ela, estaria somente na exposição a um público inadequado. 

“A questão não é contra a arte, mas sim contra a exposição para um público inadequado”, afirma.

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