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Apresentado Diagnóstico Socioambiental do Córrego São Joaquim, em Santa Branca

Documento foi entregue com recomendações à Prefeitura

Escrito por Meon

25 ABR 2024 - 14H35

Divulgação

Após um ano de trabalho, diversos levantamentos e mobilização da comunidade local, a prefeitura de Santa Branca recebeu na última semana o documento com o “Diagnóstico Socioambiental do Córrego São Joaquim”, projeto desenvolvido pela equipe técnica do Instituto H&H Fauser, com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), no valor R$ 347 mil.

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O trabalho teve uma série de desdobramentos, a partir da ideia principal de realizar um diagnóstico voltado principalmente à questão das enchentes que ocorrem na área urbana, em especial na região da Vila Batista, constatando-se que as áreas de preservação permanente (APPs) ao longo do córrego não estão preservadas, tornando-se um vetor e potencializador do problema das enchentes.

“O diagnóstico, além de fazer a análise da bacia, se propôs também a conversar com os proprietários que estão dentro dessa bacia para sensibiliza-los para a questão da conservação e recomposição dessas APPs, além de realizar um trabalho de educação ambiental voltado principalmente às escolas, para a conscientização dos alunos em relação ao córrego”, declara o biólogo Renier Marcos Rotermund, da equipe técnica do Instituto H&H Fauser.

Nesse aspecto em especial, foi desenvolvido um trabalho com os professores das escolas públicas, para instrumentaliza-los para o debate e o trabalho com os alunos em relação a questões ambientais e, principalmente aos córregos do município, dos quais o São Joaquim é o principal, pois corta toda a cidade até desaguar no rio Paraíba do Sul.

Mobilização - Os munícipes também foram mobilizados, com palestras de sensibilização e utilização de uma metodologia pela qual puderam fazer fotos e discutir sobre o resultado, representando e expondo suas vivências comunitárias.

Uma pesquisa, com aplicação de questionários em relação a vários temas ambientais desde o saneamento básico, passando pelo lixo, as áreas verdes e um quadro da situação do córrego, revelou a percepção da comunidade em relação ao córrego, apontando o mal cheiro, o descarte irregular de lixo e as enchentes como seus maiores problemas.

Na mesma pesquisa a maioria reconhece a natureza e a tranquilidade como pontos positivos, mas, contraditoriamente, aponta a canalização como a solução para os problemas do córrego, enquanto uma minoria prefere a despoluição, o resgate da qualidade da água, a revegetação das margens do córrego e a conscientização da população, entre outros pontos.

Os proprietários rurais inseridos na área da bacia, também foram procurados com o intuito de dialogar sobre a atual situação das APPs e a possibilidade de realizar projetos de restauração e propostas de design permacultural. “Nesse caso, se trata de um olhar a partir de uma visão permacultural, como se fosse um plano diretor da propriedade, uma ferramenta de planejamento para levantar as aptidões, os desafios e como tirar o melhor proveito da propriedade em relação a fatores, como a gestão ambiental e a qualidade do solo. Conseguimos que cinco deles se abrissem para a realização dos projetos de restauração”, explica Renier.

Também foram levantados dados sobre a fauna, sendo catalogadas 395 espécies e 282 gêneros, sendo 76 são espécies endêmicas do Brasil e 19 colocadas em alguma categoria de ameaça de extinção. No caso da flora, foram catalogados 265 espécies e 187 gêneros, desses, 72 são espécies endêmicas do Brasil e seis são colocadas em alguma categoria de ameaça de extinção.

Conclusão – Com o documento a prefeitura agora poderá se mobilizar para algumas ações, como por exemplo, realizar algum trabalho em relação às pastagens, que precisam ser melhor manejadas. Como a sede do município está dentro da bacia, também foram feitas recomendações em relação planejamento ambiental da cidade.

“A identificação e ampliação das áreas prioritárias para a restauração é o principal mérito do estudo, além das propostas de restauração e design permacultural, que, óbvio, vão depender dos proprietários para serem executados, mas podendo receber a ajuda do poder público. Outro grande mérito foi toda a mobilização da comunidade. Todo mundo se mobilizou, de alguma maneira, a partir do diagnóstico”, conclui Renier.

Para a Comissão de Avaliação da Prefeitura de Santa Branca, que acompanhou todo desenvolvimento do projeto, o diagnóstico é muito importante para o processo de reconhecimento e entendimento da sub-bacia, principalmente no contexto da sua dinâmica socioespacial.

Com isso, segundo a Comissão, foi possível entender a paisagem no contexto local e regional para pensar em práticas eficientes e eficazes para o município, integrando as necessidades da população e da paisagem de Santa Branca. Além disso, outro ponto positivo destacado foi a integração das secretarias, com as quais foram desenvolvidas ações de educação ambiental, que saíram do campo aluno/escola que adentraram e se aproximaram mais da comunidade local.

Instituto H&H Fauser - O Instituto H&H Fauser (IHHF), criado em 2006 em Paraibuna, tem por missão promover o desenvolvimento sustentável e a cultura no Vale do Paraíba, em especial na região do Alto Paraíba, por meio da formação de pessoas e da realização, apoio e incentivo a ações de referência.

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