Ex-funcionários afirmam ter dificuldades de obter informações da instituição
Divulgação/Arquivo
Ex-funcionários da Etep Faculdades de São José dos Campos, pertencente ao Grupo Cetec Educacional, passam por diversos problemas referentes ao recebimento de direitos trabalhistas. Profissionais do setor administrativo, de recursos humanos e professores, entre outros, afirmam que a empresa ficou mais de 3 anos sem fazer depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servio), e esse é só um dos problemas.
São diversos os relatos que apontam irregularidades. Vanessa Glória trabalhou por quase 8 anos na instituição, foi desligada em maio deste ano e afirma que deste 2014 o seu 13º não era pago na data correta e salários eram pagos com atraso. No caso dela, foi também em 2014 que o FGTS parou de ser depositado.
Paulo Pavani, ex-professor da Etep, formado em Engenharia Química e Mestre pelo ITA, relata que os problemas persistiram, mas durante um período a instituição mostrava disposição para negociar e explicar o que estava se passando. Mas em 2016, segundo o professor, a instituição começou a demonstrar “descaso”.
Pavani enfatiza que hoje é quase impossível obter informações da empresa. “Nós ligamos no RH e eles não nos respondem nada. Parece que estão querendo nos cansar. A sensação é que caímos em uma armadilha. O descaso é total”, comenta Pavani.
Outra denúncia é referente a horas extras. Funcionários relatam que em época de rematrícula chegaram a trabalhar das 7h até a 1h da madrugada do dia seguinte. As horas extras eram pagas em banco de horas, mas que “sumiam” após um tempo.
Além dos problemas que tiveram enquanto trabalhavam na instituição, ex-funcionários relatam que ainda não receberam a verba rescisória completa. Vanessa Glória conta que não houve negociação no momento da demissão.
“Eles simplesmente nos comunicaram que o valor seria dividido em quatro vezes, não foi uma conversa, foi uma imposição. Falaram que o FGTS atrasado seria pago em agosto de 2018, mas até agora nada”, afirma a ex-funcionária. Vanessa disse que a última parcela da rescisão deveria ser paga no dia 7 de setembro, mas ela ainda não recebeu. "E ninguém soube informar quando será paga", disse.
A delegacia do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em São José dos Campos informou que recebeu várias denúncias contra a Etep Faculdades e já autuou a instituição com relação ao FGTS, que não foi pago --as negociações estão em andamento. A Caixa Econômica Federal também já foi informada sobre o caso e também participa das negociações, segundo o MTE.
Em relação às demais denúncias, o Ministério informou que a investigação entrará na programação de fiscalizações do próximo mês. O MTE solicitará os documentos para checar a situação da empresa e outras eventuais irreguralidades.
Questionada, a Etep Faculdades informou que os casos de demissão têm sido priorizados para a quitação do FGTS. A instituição confirma que há alguns casos de atraso, mas que estão com parcelamento em curso, dentro do que estabelece a legislação, e que todos serão pagos. Quanto às rescisões, algumas também têm sido parceladas, mas todas "devidamente pagas e em comum acordo com os funcionários desligados".
A instituição afirma também que as horas extras não são permitidas sem prévia autorização. Alguns profissionais desligados recentemente acabaram por reivindicar algumas horas extras e cada caso tem sido analisado com a devida atenção.
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