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"A ideia de que conservador xinga e é negacionista está errada. Isso não é ser conservador", diz Barroso em São José

O ministro do STF também criticou quem desconfia da segurança das urnas eletrônicas

Escrito por Gabriel Campoy

23 MAR 2022 - 13H39 (Atualizada em 24 MAR 2022 - 11H37)

Claudio Vieira/PMSJC

O ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Luis Roberto Barroso foi um dos convidados do "Fórum de Democracia" organizado pelo jornal OVALE nesta quarta-feira (23) no Teatro Univap, em São José dos Campos.

Em sua fala, Barroso criticou quem desconfia da segurança das urnas eletrônicas nas eleições e afirmou que “quem desconfia das urnas eletrônicas duvida da democracia”.

“Devemos resistir a qualquer alternativa que não seja a manutenção da democracia”, destacou.

Barroso ainda falou sobre o que chamou de “rótulos”, onde conservadores seriam “grossos” e progressistas seriam “contrários aos valores morais”. O magistrado rechaçou as afirmações e destacou acreditar que a democracia é para todos.

“Essa ideia de que quem é conservador é quem xinga as pessoas, quem é negacionista, quem é grosso. Isso está errado. Não é isso que é ser conservador”, afirmou.

Divulgação
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“Devemos resistir a qualquer alternativa que não seja a manutenção da democracia”

Em outra parte de sua fala, Barroso enfatizou as necessidades de se resguardar a democracia brasileira que, segundo o ministro, foi “conquistada de forma dura”.

Com isso, o magistrado lembrou o fato da Constituição Federal de 1988, a última depois da redemocratização, completar 34 anos em 2022 e significar, segundo ele, “o maior período de estabilidade política da história do Brasil”.

“Esse ano completamos 34 anos de nossa constituição federal de 1988. É o maior período de estabilidade política. Não é pouca coisa para se comemorar em um continente com golpes de estado e períodos graves de exceção durante a história”, disse.

Ele ainda criticou de forma dura os “negacionistas históricos”, que se recusam a admitir o período de 1964 a 1985 como uma ditadura.

“Só pode achar que não teve ditadura no Brasil quem não tenha conhecido algum colega torturado, algum jornalista censurado, algum professor calado”, destacou.

Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal


Mídias sociais

Criticando a profundidade negativa que as redes sociais trouxeram, o ministro terminou sua palestra falando sobre suas preocupações com a “falsa liberdade de expressão”, que, segundo ele, é utilizada por muitos grupos para realizar ataques e destruir reputações.

“Essa democratização dos meios de comunicação, das mídias sociais, trouxe avanços, mas trouxe problemas claros também. Hoje, o que vemos é que em muitos dessas redes, em lugares obscuros dela, circula o ódio, os projetos de destruição de reputações, da desinformação e das teorias de conspiração”, falou.

Segundo Barroso, as redes sociais são perigosas em certos momentos por “dividir as pessoas em mundos ideais paralelos”.

“Elas [as mídias] fizeram com que as pessoas falem apenas e diretamente para suas bolhas. Elas têm o poder de se comunicar agora com o mundo todo, pelo grande alcance da internet, mas as mensagens são divulgadas em tribos. Essas redes dividiram e dividem as pessoas entre mundos paralelos”, disse.

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Por Gabriel Campoy, em RMVale

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