Por Meon Em RMVale

Sindicato diz que 48h antes de incêndio um tanque já havia explodido na Revap em São José

Sindicato acredita que os dois acidentes estejam relacionados

revap

Primeiro tanque sem o teto teria explodido na sexta-feira

Reprodução/Sindipetro

Dois dias antes do incêndio que destruiu um tanque da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, neste domingo (29), outro tanque de resíduo de destilação à vácuo já havia explodido na sexta-feira (27), afirma o Sindicato dos Petroleiros. O local fica na área chamada de ‘tancagem’, onde são armazenados óleo de combustível e produtos de preparação de asfalto.

A suspeita do sindicato é de que a explosão de domingo seja decorrente do primeiro acidente, na sexta-feira. Segundo o presidente do Sindipetro, Rafael Prado, ainda não é possível fazer nenhuma afirmação sobre as causas dos dois acidentes, mas eles podem estar relacionados.

“A ocorrência de ontem é decorrente da explosão do tanque de sexta-feira. Não se sabe ainda o que aconteceu, mas a pressão do tanque pode ter aumentado e ele explodiu. O produto armazenado nesse tanque vazou e ficou nas caneletas laterais, e esse produto pegou fogo no domingo. O que está sendo apurado agora é a origem desse incêndio”, disse.

O incêndio deste domingo (29) começou por volta das 15h15 em diques de tanques. Segundo a Petrobras, produtos utilizados na preparação de asfalto e óleo combustível foram queimados e a fumaça gerada foi resultado dessa queima. Ainda de acordo com a empresa, o fogo ficou confinado em apenas um dique, com cerca de dois metros de altura. 

O Corpo de Bombeiros levou seis horas e meia para controlar as chamas, que assustou moradores de bairros próximos à refinaria. A fumaça escura pôde ser avistada de diferentes pontos da cidade.

A engenheira ambiental Ariana Rodrigues Cursino, de 36 anos, viu a fumaça e ficou assustada. “Eu moro no Tesouro e da minha casa dava para ver a fumaça preta. Fiquei assustada, mas já imaginava que seria da Revap”, contou.

A moradora do bairro Jd. Guimarães, na zona norte de São José, Natália de Sousa Manganaro conta que também ficou assustada, mas que também imaginava ser da Revap.

“Daqui onde eu moro eu consigo ver a cidade toda e na hora que aconteceu a gente viu a fumaça, não sabíamos onde era ao certo. Depois que a gente viu que de fato era na Petrobras a gente ficou preocupado, já que alguns dias a chama da mesma tava mais forte que o normal”, relatou.

A Petrobras foi procurada e a reportagem aguarda um posicionamento. 

Segurança

Em outubro de 2018, a Revap foi alvo de pelo menos seis autuações do Ministério Público do Trabalho (MPT), em razão de irregularidades nas inspeções de áreas potencialmente explosivas e no controle médico de saúde ocupacional. 

Essas áreas não teriam relação com as ocorrências desta sexta-feira e domingo, segundo o presidente do Sindicato dos Petroleiros, mas para Rafael Prado falta manutenção preventiva na refinaria.

"Estamos passando por um processo de privatização e ocorre uma mudança de gestão. O que percebemos é que estão focando muito no comportamento do trabalhadores, mas as manutenções preventivas não estão sendo feitas. A manutenção que consideramos ideal a empresa está deixando a desejar", afirmou. 

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