O portal Meon vem antecipando e reproduzindo, desde março/2016, trechos das entrevistas produzidas pela Revista Metrópole Magazine com os pré-candidatos às Prefeituras das cidades de São José dos Campos, Taubaté e Jacareí, à partir desta semana o Meon resgata as primeiras da série começando pela edição de nº 10 de dezembro de 2015. Relembre um trecho da entrevista com Claude Mary de Moura (PV).
Claude na varanda de seu apartamento no Jardim Esplanada
Pedro Ivo Prates/Meon
A Metrópole Magazine esteve (em Dezembro/2015) no apartamento que está provisoriamente servindo de escritório para Claude Mary de Moura, 53 anos (completados em novembro), gestora pública, divorciada, mãe de quatro filhos, nenhum deles ligado à política (um biólogo, uma engenheira, uma designer de moda e um advogado). Fomos recebidos por nossa entrevistada em um ambiente agradável e muito bem decorado. Ao entrarmos, nossa anfitriã imediatamente nos convida para irmos da sala à varanda para contemplar a bela vista da região do bairro Esplanada e, até onde a vista alcança, o banhado e mais ao longe a Serra da Mantiqueira.
Sorridente, vestindo uma camisa verde em alusão ao seu novo partido político, Claude observa que a vista privilegiada e a qualidade de vida na região precisam ser preservadas, lamentando que a lei de zoneamento possa permitir a construção de novos prédios no bairro.
Inteligente, articuladora, agregadora e idealista; a recordista em permanência na Secretaria de Governo do município (foram oito anos nas duas gestões de Eduardo Cury) entende que a experiência política que adquiriu não poderia ficar guardada, mas precisa ser compartilhada com a sociedade em busca da construção de um município mais humano e ambientalmente correto.
Nascida em São José dos Campos, Claude viveu a efervescência cultural da cidade no final da década de 70. Segundo seu próprio relato, conviveu com os alunos do ITA e frequentou os barzinhos, o cinema do CTA, os bailes e os encontros da juventude, onde conheceu Emanuel Fernandes, Juana Blanco , Dário Rais, entre outros, hoje expoentes da política joseense.
Nessa conversa Claude abriu o coração, falou de administração pública, de ideologia política, desenvolvimento econômico, lei de zoneamento, meio ambiente e eleições.
Depois de sua saída do governo, você ficou dois anos afastada da vida pública. Como foi sua volta à cena política de São José dos Campos?
Foram 27 anos de filiação partidária e militância no PSDB e, antes disso, militância na juventude do PMDB. Depois das eleições de 2012, optei por me afastar um pouco da política, então fiquei dois anos apenas acompanhando de longe. Isso para pensar um pouco sobre a minha participação, se eu queria participar, se não queria, e de que maneira eu queria continuar. Fui convidada para montar uma OS (Organização Social), o Instituto Empreendedor do Futuro, que atende jovens talentosos de baixa renda para que possam estudar. Foi um período sabático em matéria de política e administração pública. Recebi vários convites e, com bastante tranquilidade, avaliei que com essa experiência política de muitos anos em administração pública eu não devia parar. Ainda posso dar uma grande contribuição à sociedade, e foi nesse momento que recebi o convite para trabalhar na Câmara Municipal.
Como foi sua experiência na Câmara e sua relação com os vereadores membros do “Centrão”?
Foram muitos aspectos positivos. Conhecer a dinâmica da casa, como as coisas funcionam, a parte administrativa, a comunicação, o envolvimento político com tudo isso. Foi bastante interessante conhecer o outro lado da moeda, porque já conheço bastante do executivo, e conheço bastante da relação entre o executivo e o legislativo. Agora, confesso, eu sou uma pessoa do Executivo. Minha característica é de desenvolver projetos, tocar a administração, articular pessoas.
Quando fui convidada havia uma proposta de independência da câmara e de se criar uma relação nova entre o legislativo e o executivo, e é fundamental que se criem novas condições de relacionamento entre os dois poderes. Modelos anteriores que foram exitosos, como os que o PSDB praticou, estão se esgotando, não servem mais.
Eu imaginei que fôssemos construir alguma coisa nova e, na verdade, passados alguns meses houve uma radicalização e o "centrão" se tornou uma oposição bastante agressiva, e aí politicamente eu entendi que nada de novo aconteceu. Romper com o governo e obstruir as ações do governo é normal, tem consequências positivas e negativas, mas é normal. O fato é que esse posicionamento trava a administração. Essa foi uma das razões que me levaram a tomar a decisão de sair da Câmara.
Legenda da foto
Pedro Ivo Prates/Meon
Como foi sua ida para o Partido Verde? E como está a preparação para as Eleições de 2016?
Eu já tinha uma relação antiga com a militância histórica do Partido Verde, com o ex-presidente estadual do partido, o Marco Mroz, e assim que eu voltei e comecei a trabalhar na Câmara, me convidaram (já haviam me convidado antes). Aceitei com a ideia de resgatar minha origem ideológica em um partido novo, porque quando iniciei na política, minha participação foi puramente ideológica. Eu sentia falta disso no PSDB, porque o partido cresce muito, assume muitos compromissos e acaba perdendo um pouco a sua identidade.
Me filiei ao PV há 3 meses (outubro/2015), é pouquíssimo tempo, mas a gente se dedicou à formação e estruturação da chapa de vereadores. Hoje, temos uma chapa forte, um pessoal bacana, distribuído em todas as regiões da cidade, com representação em vários segmentos sociais. Agora estamos na segunda etapa, que é fortalecer o partido com novas filiações.
Sou pré-candidata à Prefeita, o PV tem intenção de lançar candidatura própria a exemplo de 2012, mas isso não depende apenas da vontade do partido ou minha exclusivamente. O PV é um partido pequeno, com pouca estrutura, com menos de um minuto de TV, e é praticamente impossível se fazer uma campanha visando o executivo sem uma coligação que fortaleça e amplie o espaço de interlocução. Estamos conversando com vários partidos, algumas conversas bem avançadas, esperamos que até o começo do ano já tenhamos uma definição dos partidos que poderão compor com o PV, e vamos fazer o lançamento oficial dessa candidatura.
A entrevista completa você encontra na versão digital da Metrópole Magazine Clique aqui.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.