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Trump reforça ameaça contra Brics um dia antes de prazo para tarifas

Presidente pressiona bloco liderado pelo Brasil

Escrito por Meon

31 JAN 2025 - 12H58 (Atualizada em 31 JAN 2025 - 13H54)

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Um dia antes da entrada em vigor de novas tarifas comerciais, o ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Donald Trump, voltou a ameaçar o bloco dos Brics. O republicano reafirmou que, caso os países emergentes, sob liderança brasileira em 2025, avancem na substituição do dólar em suas transações comerciais, enfrentarão tarifas de 100% sobre suas exportações para os EUA.

A declaração foi feita nas redes sociais de Trump, onde ele destacou sua oposição a qualquer movimento que ameace a posição dominante da moeda norte-americana. “Vamos exigir um compromisso desses países aparentemente hostis de que eles não criarão uma nova moeda do Brics, nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, ou enfrentarão 100% de tarifas”, afirmou.

A ameaça repete declarações feitas por Trump no final de novembro, mas a nova publicação intensificou o alerta dentro do bloco. Diplomatas de ao menos dois governos do Brics indicaram que monitoram a situação e avaliam os possíveis impactos para suas economias.

Brasil promete reciprocidade

No início da semana, Trump também mencionou o Brasil como um país que impõe barreiras aos produtos norte-americanos. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, caso o Brasil seja alvo de restrições comerciais, responderá com medidas equivalentes. Segundo Lula, o governo brasileiro buscará garantir que o avanço no uso de moedas nacionais nas transações do bloco seja tratado como uma estratégia econômica, e não como um desafio ao dólar.

O uso do dólar nas reservas globais caiu de 85% em 1970 para 58% atualmente, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mesmo com a resistência dos EUA, os países do Brics devem continuar os trabalhos para fortalecer suas moedas nacionais no comércio internacional.

A primeira reunião sob a presidência brasileira do bloco está marcada para fevereiro e deve definir prioridades para o ano. O governo brasileiro reforça que a discussão sobre moedas locais deve ter um enfoque técnico, sendo conduzida pelos bancos centrais e pelos ministérios das Finanças, e não como uma posição ideológica contra os EUA.

Dados recentes apontam que o Brasil já exporta mais para os países do Brics do que para os EUA e a União Europeia juntos. Em 2023, as vendas brasileiras para as economias emergentes somaram US$ 120 bilhões, enquanto as exportações para os mercados europeu e norte-americano foram de US$ 83 bilhões.

O governo brasileiro enfatiza que a ampliação do uso de moedas locais busca tornar o comércio entre os países emergentes mais eficiente e seguro, reduzindo a dependência do dólar sem confrontar diretamente os interesses dos Estados Unidos.

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