Trump fala em uso militar no Canal do Panamá e Groenlândia

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (7) que não descarta a utilização da força militar para retomar o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia. A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa realizada em Mar-a-Lago, quando Trump foi questionado sobre a possibilidade de adotar “coerção militar ou econômica” para assegurar o domínio sobre esses territórios.

Trump respondeu de forma direta: “Não posso garantir nada sobre nenhum dos dois, mas posso dizer que precisamos deles para a segurança econômica dos EUA”. O presidente eleito também fez críticas ao acordo que resultou na transferência do controle do Canal do Panamá para o país, chamando o tratado de uma "vergonha" e alegando que os EUA ficaram com a pior parte.

Essa não foi a primeira vez que Trump se manifestou sobre o Canal do Panamá. Ele já havia sugerido anteriormente que os Estados Unidos poderiam retomar o controle da via, o que foi prontamente rejeitado pelo governo panamenho. Quando questionado sobre uma possível intervenção militar contra o Canadá, Trump optou por uma resposta diferente, afirmando que nesse caso seria necessária "força econômica".

O Canal do Panamá, construído pelos Estados Unidos no início do século XX, desempenhou um papel crucial na ascensão geopolítica norte-americana. O controle sobre a via foi mantido pelos EUA até 1999, quando, por meio de tratados mediados pelo governo Carter, a administração do Canal foi gradualmente transferida para o Panamá. Contudo, os EUA ainda mantêm o direito de proteger a neutralidade da via de qualquer ameaça, conforme o Tratado de Neutralidade de 1978.

Analistas do Center for Strategic and International Studies alertam que a crescente presença comercial da China na região exigiria uma resposta estratégica por parte dos Estados Unidos para reforçar sua influência no Panamá e nas proximidades do Canal.