A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou, nesta quinta-feira (6), a liberação de US$ 110 milhões (R$ 633 milhões) de seus fundos de emergência para mitigar os impactos dos cortes na ajuda humanitária global.
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A medida ocorre após os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, praticamente congelarem os repasses para o exterior, o que gerou uma crise sem precedentes em diversas organizações humanitárias.
Os recursos, provenientes do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF), serão direcionados para reforçar a assistência humanitária em 10 das crises mais negligenciadas do mundo, abrangendo países da África, Ásia e América Latina. Segundo a ONU, um terço do montante será destinado ao Sudão, epicentro da pior crise humanitária global, e ao vizinho Chade, que recebe refugiados do conflito sudanês.
Impacto dos Cortes
Tom Fletcher, subsecretário-geral da ONU para assuntos humanitários, alertou que a redução do financiamento internacional não elimina as necessidades das populações afetadas por conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas.
Além do Sudão e do Chade, os fundos também serão utilizados para fortalecer a resposta humanitária em países como Afeganistão, República Centro-Africana, Honduras, Mauritânia, Níger, Somália, Venezuela e Zâmbia. O dinheiro servirá, ainda, para proteger populações vulneráveis aos choques climáticos, embora a ONU não tenha detalhado a distribuição dos recursos.
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Cenário Alarmante
A crise no financiamento global da ajuda humanitária é crescente. A ONU estima que, em 2025, mais de 300 milhões de pessoas precisarão de assistência emergencial, mas os recursos disponíveis estão em queda constante. Para atender 185 milhões de pessoas vulneráveis, a organização calcula que seriam necessários US$ 45 bilhões (R$ 259 bilhões), porém, até o momento, apenas 5% desse valor foi arrecadado.
O congelamento da ajuda externa pelos Estados Unidos, que historicamente eram o maior doador global, agravou ainda mais a situação. Apesar de não citar diretamente o governo norte-americano, a ONU reforçou que os cortes recentes colocam milhões de vidas em risco e tornam o financiamento humanitário um desafio cada vez mais crítico.
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